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Hora da Verdade Especial

Crédito à habitação. Medina espera que os bancos aceitem renegociar: "Nem a banca tem interesse em incumprimentos, nem o Estado aceita"

10 out, 2022 - 20:03 • Susana Madureira Martins (Renascença) , Helena Pereira (Público) com Redação

Em entrevista à Renascença e ao jornal 'Público', Fernando Medina diz, ainda, acreditar que não será haverá aumento dos juros da habitação como em 2008. E revelou, ainda, que a proposta de OE 2023 reserva 10 milhões para a direção executiva do SNS.

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Crédito à habitação. Medina espera que os bancos aceitem renegociar "Nem a banca tem interesse em incumprimentos, nem o Estado aceita"
Crédito à habitação. Medina espera que os bancos aceitem renegociar "Nem a banca tem interesse em incumprimentos, nem o Estado aceita"

O ministro das Finanças espera que a banca aceite a renegociação dos contratos de créditos à habitação.

Em entrevista ao programa Hora da Verdade especial, da Renascença e do jornal Público, no dia em que apresentou a proposta de Orçamento do Estado para 2023, Fernando Medina confirma contactos com o regulador e com os bancos sobre a obrigação das instituições aceitarem a revisão dos contratos e lembra que é do próprio interesse do setor que não existam incumprimentos.

“Nem a banca tem interesse em incumprimentos, nem tem interesse em clientes que não possam cumprir, nem o Estado aceita. Seria um risco geral que não se antevê e que não se deve promover”, disse.

Medina fala de “um processo de diálogo muito franco com os bancos”, embora reconheça que “não estamos na mesma posição da Associação Portuguesa de Bancos: a Associação Portuguesa de Bancos representa todo o setor financeiro, o Ministério das Finanças representa o Estado português”.

O ministro das Finanças diz, mesmo, que o incumprimento das famílias nos créditos à habitação “seria um risco geral que não se antevê e que não se deve promover”.

Fernando Medina. "Cláusula de salvaguarda” no acordo de subida de salários até 2026
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Juros a níveis de 2008? "A nossa expetativa afasta-se bastante"

O ministro das Finanças não acredita que as taxas de juro dos créditos à habitação subam a níveis de 2008.

"A nossa expetativa afasta-se bastante daquilo que tivemos em 2008", respondeu Fernando Medina, em entrevista a uma edição especial do programa Hora da Verdade, da Renascença e do jornal "Público", no dia em que foi apresentada a proposta de Orçamento do Estado para 2023.

Medina pediu prudência ao Banco Central Europeu (BCE) nas decisões que venham a ser tomadas nesta matéria, tendo em conta o cenário de recessão na Europa.

"Os riscos que estão hoje a pender sobre as economias, nomeadamente no centro e no leste da Europa são de tal forma significativos, por causa da crise energética, que vai ser preciso uma visão prudente do BCE relativamente ao desenvolvimento e ao ritmo do desenvolvimento da política monetária", disse.

O ministro das Finanças revelou ainda nesta entrevista à Renascença e ao jornal "Público" o valor atribuído à direção executiva do SNS.

"Já definimos o valor. É de 10 milhões de euros", referiu.

O governante apontou também que existe uma claúsula de salvaguarda no acordo de rendimentos que permite ir revendo metas como os aumentos salariais.

"A cláusula foi pedida pela generalidade dos parceiros sociais e é uma cláusula de razoabilidade. Tudo deve ser avaliado em cada momento. Isto foi assinado pelas entidades patronais, tem um enorme significado", indicou.

Nesta entrevista, Fernando Medina admite que o Governo tem uma "folga orçamental" para adotar medidas caso o cenário económico se torne mais adverso, mas "espera que não o tenhamos de o fazer".

[Notícia atualizada às 20h45]

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