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Montenegro acusa Governo de fazer “operações de cosmética” na saúde

13 set, 2022 - 17:59 • Lusa

O líder do PSD não tece "grandes considerações" sobre a nomeação de Fernando Araújo para novo 'CEO' do SNS, uma vez que, independentemente das pessoas selecionadas para os cargos na Saúde, as políticas do governo socialista "ficam na mesma".

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O presidente do PSD acusou hoje o Governo de fazer “operações de cosmética” no Serviço Nacional de Saúde (SNS) ao mudar de pessoas mantendo a mesma política e afirmou que “fica tudo na mesma”.

“Sobre essas políticas [de Saúde] que podem refletir-se em maior qualidade e em maior acessibilidade dos cidadãos à saúde, nós vemos muito pouco. Isto são quase operações de cosmética que o Governo vai fazendo umas atrás das outras”, acusou.

Luís Montenegro falava aos jornalistas, em Tabuaço, distrito de Viseu, onde cumpre o segundo dia do programa “Sentir Portugal”, sobre a notícia, avançada pela SIC, segundo a qual o presidente do conselho de administração do Centro Hospitalar Universitário de São João, no Porto, Fernando Araújo, será nomeado diretor executivo do SNS.

“Não tenho grande consideração a fazer, porque o que está em causa não é a escolha de pessoas, é o modelo e a política de saúde poderem servir os interesses das pessoas e das comunidades”, reagiu.

No entender de Luís Montenegro, o “movimento legislativo que o Governo encetou com a criação do estatuto do Serviço Nacional de Saúde (SNS), com a criação desta figura do CEO do SNS é basicamente o reflexo e a confusão de duas coisas”.

“Em primeiro lugar, do falhanço completo da política de saúde nos últimos anos e uma procura quase desesperada de tentar fazer algo diferente para ver se se produzem resultados diferentes”, começou por dizer.

Mas, continuou, a “questão essencial é que o primeiro-ministro assume que a política vai ser a mesma” e, com a mesma política, Luís Montenegro defendeu que “podem contratar os CEO que forem mais reputados, podem recrutar os ministros que forem mais ou menos politizados e partidarizados, os resultados não vão ser diferentes”.

Luís Montenegro sustentou que era necessário que “houvesse mais capacidade para que o SNS não tivesse encerramento de serviços essenciais como as urgências” ou que o SNS “pudesse corresponder às solicitações em matéria de marcação de consultas, de marcação de cirurgias” ou até “complementaridade com a oferta e capacidade instalada do setor privado e social”.

“Mudou de ministro, mas as políticas ficam na mesma. Cria-se um estatuto do SNS e a política fica na mesma, agora nomeia-se um novo CEO do SNS e a política fica na mesma. Aquilo que os portugueses querem não são operações de cosmética, são operações estruturais de fundo, reformas estruturais e o senhor primeiro-ministro e o Governo são avessos às reformas”, acusou.

O líder social-democrata referiu que na entrevista que o primeiro-ministro, António Costa, deu esta segunda-feira à TVI/CNN Portugal, falava como se os portugueses estivessem “no melhor dos mundos, porque havia mais profissionais” e “mais dinheiro alocado ao Ministério” da Saúde.

“Só que a verdade é que os cidadãos têm cada vez piores serviços, a verdade é que a política da saúde, ao contrário do que era suposto num governo socialista, num governo de esquerda, tem contribuído para uma deslocação dos utentes do SNS precisamente para as ofertas complementares do serviço social e do setor privado, mas à custa das pessoas e não com uma conjugação e com o apoio do Estado, nomeadamente aqueles que não têm recursos para aceder a esses dois setores”, referiu.

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