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Iniciativa Liberal quer eliminar critério da idade no acesso à nacionalidade

06 jun, 2022 - 07:11 • Lusa

Segundo o partido, este quadro legal representa uma "tremenda injustiça" e uma "discriminação negativa".

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A Iniciativa Liberal quer alterar a lei da nacionalidade para eliminar "o entrave normativo" que, tendo por base o critério da idade, impede o acesso à cidadania portuguesa quando a filiação ocorre apenas na maioridade.

Este projeto de lei é entregue esta segunda-feira na Assembleia da República e visa acabar com obstáculos de acesso à cidadania portuguesa devido "a restrições legais datadas e cujo racional já se desvaneceu no tempo e na cultura".

Tal é o caso, segundo esta força política, do artigo 14.º da Lei da Nacionalidade ao prever que "só a filiação estabelecida durante a menoridade produz efeitos relativamente à nacionalidade".

"O presente projeto de lei vem sanar o entrave normativo que impede, tendo por base somente o critério da idade, o acesso à nacionalidade portuguesa quando a filiação ocorre já na maioridade", salienta-se na exposição de motivos do diploma.

Para a Iniciativa Liberal, este quadro legal representa uma "tremenda injustiça" e uma "discriminação negativa" relativamente a cidadãos "cuja filiação ocorre apenas na sua maioridade, não raras vezes sem possibilidade de o serem na menoridade e que, consequentemente, se veem impedidos de aceder à nacionalidade portuguesa".

O facto de determinada pessoa, descendente de portugueses, ter nascido fora do matrimónio, não pode significar o coartar das suas possibilidades de adquirir a nacionalidade, só porque atingiu a maioridade sem que ocorresse a sua filiação", sustenta a bancada da Iniciativa Liberal.

O diploma, ainda se acordo com este partido, pretende também "harmonizar a Lei da Nacionalidade com as normas constantes do Código Civil, normas "que preveem a produção de efeitos retroativos aquando da filiação, independentemente da idade".


Comentários
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  • Sofia
    06 jun, 2022 lisboa 11:54
    Esta IL está a tornar-se um partido sem credibilidade nenhuma. Tanta preocupação para "sanar o entrave normativo" que afecta quantas pessoas? Há alguma noção na cabeça desta gente das reais dificuldades e injustiças por que passam os portugueses? Quantos licenciados, pós-graduados e mestres ganham pouco mais do salário mínimo? Quantas empresas deixam de contratar por não suportarem mais impostos? Quantos cargos políticos, de assessoria, "gabinetes de estudo", de "aconselhamento" etc. sorvem recursos que deveriam ser empregues na melhoria das estruturas físicas dos serviços públicos? Esquadras sem impressoras, escolas onde se gela, hospitais onde causa repúdio sentar numa cadeira rota e suja. Estão preocupados com meia dúzia de casos sobre nacionalidade? Párem de legislar sobre tudo e nada! Isto já esteve mais longe de ser a república das bananas!

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