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Cavaco Silva. PSD tem de fazer oposição ao PS sem se preocupar com outros partidos

03 jun, 2022 - 22:20 • Lusa

Antigo Presidente da República acredita que o PSD deve dirigir-se a todos os que não estão satisfeitos com o PS.

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O antigo Presidente da República, Aníbal Cavaco Silva, defendeu que o PSD tem de fazer uma oposição sistemática ao PS, denunciando as “atitudes reprováveis” dos socialistas, sem se preocupar com as “lideranças dos outros partidos”.

Em entrevista à CNN Portugal, que vai ser transmitida hoje à noite, conduzida pela jornalista Maria João Avillez, o ex-chefe de Estado social-democrata defendeu que o PSD “tem que ser muito claro na identificação do adversário político: o PS e o seu Governo”.

“O que eu penso sobre o futuro do PSD é que ele se deve dirigir a todos aqueles eleitores que não estão satisfeitos com a forma de governar do PS. A todos: aqueles que votaram no PCP, aqueles que votaram no Chega, na Iniciativa Liberal e até os que votaram no PS. Através de políticas alternativas, através de ideias novas, diferentes e ganhando credibilidade para os portugueses serem convencidos de que podem fazer mais e podem fazer melhor”, considerou.

Para Cavaco Silva, "o PSD deve dirigir-se a todos os que não estão satisfeitos com o PS e não preocupar-se muito com as lideranças dos outros partidos, exceto a do PS".

Segundo o antigo presidente dos sociais-democratas, “para trazer aqueles que se afastaram eventualmente do PSD para votar noutros partidos” não se pode criticar esses eleitores.

“Não é através de insinuar que eles foram menos inteligentes ao votar neste ou naquele partido. Não, eu acho que o PSD deve respeitar todos os eleitores, votem eles como votarem e depois, tentar convencê-los pelas políticas que propõem, pelas ideias que defendem, e muito importante, pela denúncia dos erros, das omissões, das atitudes eticamente reprováveis do PS”, afirmou.

Questionado sobre estas atitudes, Cavaco Silva referiu a polémica com a nomeação do almirante Gouveia e Melo para Chefe do Estado-Maior da Armada, “o afastamento da Procuradora-Geral da República” ou a escolha do procurador europeu, José Guerra.

“Até de alguma forma indo contra as regras normais de uma democracia e do Estado de direito e ao PSD compete neste momento denunciar tudo isto. Quanto a mim, não gastava muto tempo com qualquer um dos outros partidos, cada um vai à sua vida”, disse.

Neste contexto, Cavaco Silva recomenda uma oposição sistemática do PSD ao PS, mas como “adversário político e não como inimigo”.

“O PS é um grande partido e o PSD deve ter contactos com o PS em determinadas matérias como seja a defesa nacional, a política externa, a União Europeia, são matérias em que os dois grandes partidos devem ter um contacto permanente. Mas em relação ao resto, o PSD tem que ser muito claro na identificação do seu adversário politico: é aquele, não são os outros partidos”, vincou.

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