14 mai, 2022 - 19:16 • Lusa
O Presidente da República defendeu este sábado que, para haver sanidade no sistema político, é necessário "visualizar-se uma alternativa", acrescentando que "só uma oposição muito forte" permite fazer "acordos de regime". .
Falando no encontro "Portugal XXI: País de futuro", que decorreu este sábado na Casa das Histórias Paula Rego, em Cascais, Marcelo Rebelo de Sousa abordou os desafios que Portugal enfrenta e referiu-se à "questão muito debatida das condições institucionais para o crescimento económico". .
"Há condições institucionais que estão adquiridas em Portugal: a estabilidade governativa e parlamentar, durante o período de quatro anos, quatro anos e meio. Deve ser na Europa, que eu me lembre, o único país com maioria absoluta de um partido", afirmou o chefe de Estado, antes de notar que essa maioria também existe na Grécia "graças ao sistema eleitoral".
No entanto, Marcelo frisou que essa maioria absoluta "não chega": "A sanidade de um sistema é mais do que isso: é haver alternativa, ou visualizar-se uma alternativa, que só isso é que permite, nomeadamente, acordos de regime".
"Só uma oposição muito forte é suficientemente forte para fazer acordos de regime. Senão não faz: tem ciclos tão pequenos, tão pequenos, tão curtos, tão curtos, que não faz acordos de regime. São sempre precários", referiu. .
Elencando assim temas para acordos de regime, Marcelo Rebelo de Sousa referiu que "há uns que são fáceis de fazer: a transição energética é largamente fácil, a digital é facílima, mais difícil a saúde, mais difícil a segurança social, embora mais fácil do que a saúde".
"Há assim uns domínios, já não conto com a educação, esperando que se ultrapasse os diferendos ideológicos em relação às qualificações", referiu. .