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25 de Abril. Marcelo quer debates e conferências nas escolas sobre a censura

27 abr, 2022 - 23:37 • Lusa

O Presidente visitou a exposição "Proibido por inconveniente", na qual foi acompanhado pelo primeiro-ministro, António Costa.

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O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, defendeu hoje que até à comemoração dos 50 anos do 25 de Abril deve ser realizado um conjunto de debates e conferências sobre a censura que havia na época.

"Seria útil, nestes anos até 2024, haver, com os jornalistas desse tempo, encontros, debates, nas escolas universitárias, no ensino básico e secundário, para que as pessoas verdadeiramente percebam o que é a censura e toda a lógica de repressão que havia", disse o Presidente durante uma visita à exposição "Proibido por inconveniente", na qual foi acompanhado pelo primeiro-ministro, António Costa.

"Proibido por inconveniente" é uma mostra de vários testemunhos da censura que amordaçou o país durante 48 anos de ditadura, que tem a intenção "pedagógica" de mostrar o que é a liberdade, pela sua negação.

A censura - instaurada logo após o golpe de 28 de maio de 1926 e que se estendeu até 1974 - exerceu-se sobre a imprensa, a literatura, a arte, a publicidade, todos os meios de comunicação e expressão artística, com o objetivo de silenciar críticas e pensamentos discordantes do "bem comum", criando a imagem de um país ideal, bem diferente do país real, aquele "que não podia vir a público", segundo os organizadores.

Durante a visita, José Pacheco Pereira foi relatando exemplos do "grande objetivo da censura, que era esconder Portugal dos portugueses, não só a nível da oposição política, mas também a pobreza, as doenças e o desemprego", disse o historiador durante a apresentação da exposição, que terminou hoje ao público e que foi visitada por cerca de 9 mil pessoas.

Para o primeiro-ministro, António Costa, a realização da exposição foi importante para relembrar que "é preciso reforçar o amor e acarinhar a liberdade todos os dias, porque houve sempre alguém, em todos os tempos e em todas as geografias, que achou que a liberdade era um bem adquirido e um dia acordou sem essa liberdade".

Resultante de uma parceria entre a Câmara Municipal de Lisboa, a EGEAC e a Ephemera, a exposição está dividida em vários núcleos temáticos, que mostram as várias faces da censura: da prévia à que atuava "a posteriori"; da que censurava, mas fazia critica literária, à elitista; da que atuava através de diversos organismos à que se fazia de invisível.

Para esta mostra foram reunidos materiais diversos que testemunham a atuação da censura e que passam por jornais, livros, revistas, discos, autos, relatórios e publicações clandestinas, todos oriundos da biblioteca e arquivo de Pacheco Pereira.

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