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Luís Montenegro empenhado em unir o PSD e sem perder tempo em "queixumes"

05 abr, 2022 - 21:10 • Manuela Pires

Joaquim Miranda Sarmento, o “ministro das Finanças” de Rui Rio vai coordenar, com Pedro Duarte, a moção de estratégia global de Luis Montenegro. Carlos Coelho, antigo eurodeputado vai ser o diretor de campanha das diretas marcadas para 28 de maio.

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Luis Montenegro apresenta esta quarta-feira a candidatura à liderança do PSD. Numa carta enviada aos militantes e a que a Renascença teve acesso, Luis Montenegro, diz que não se pode perder tempo a ajustar contas com o passado. “Este não é tempo para queixumes, nem para tibiezas ou subtilezas. O que importa agora é que sejamos capazes de nos reorganizar e focar no futuro” escreve na carta enviada aos militantes social-democratas.

O antigo líder da bancada parlamentar, que apresenta esta quarta-feira a candidatura à liderança do PSD, diz que o partido encerrou um ciclo político com várias derrotas eleitorais e que perante a maioria absoluta do partido socialista o PSD “deve fazer uma oposição firme, séria e vigilante” e afirmar-se como “uma Alternativa política credível, coesa e mobilizadora dos portugueses. Só assim, poderemos reclamar novamente a responsabilidade de governar Portugal” escreve na carta.

Luis Montenegro está empenhado em “unir e reunir o PSD em volta de um projeto humanista e transformador” e garante que para dar resposta aos problemas que afetam os portugueses o partido não pode estar dividido, “enredado em lutas internas permanentes, muitas vezes carregadas de intolerâncias, de intrigas e de mesquinhez” acrescenta o candidato á sucessão de Rui Rio.

O "Centeno" de Rio na equipa de Montenegro

Luis Montenegro tinha avisado no congresso do PSD em Santa Maria da Feira que o “período de recato terminou”. Depois de três meses em silêncio o antigo líder parlamentar social-democrata apresenta esta quarta-feira, na sede do partido em Lisboa, a sua candidatura à liderança. É a segunda vez que Montenegro vai a votos, a primeira perdeu para Rui Rio em 2020, por uma diferença de dois mil votos. Na noite da derrota, o antigo deputado avisou logo que não valia a pena anunciarem a sua morte política, considerando que essa notícia seria “manifestamente exagerada”, mas manteve-se discreto na sua intervenção política nos anos seguintes.

Numa declaração à agência Lusa, a semana passada, no dia em que a assembleia da república tomou posse, Luis Montenegro disse ter tomado a decisão de se candidatar a presidente do PSD depois de “escutar muitos militantes, autarcas e cidadãos e após ter recebido incentivos e sugestões vindos de dentro e de fora do PSD”.

Esta terça-feira, na véspera da apresentação oficial da sua candidatura, Montenegro publicou uma mensagem vídeo no Facebook.

Há muito tempo que a estratégia estava definida e em nome da unidade no partido, Luis Montenegro chamou Joaquim Miranda Sarmento, muito próximo de Rui Rio para coordenar a moção de estratégia global com Pedro Duarte que tinha iniciado o processo há dois anos.

Miranda Sarmento foi uma aposta de Rui Rio na campanha para as legislativas de 2019, é presidente do conselho estratégico nacional e participou também na elaboração do programa eleitoral do PSD para as últimas eleições legislativas.

Para a campanha interna do PSD, com diretas marcadas para 28 de maio, Montenegro chamou Carlos Coelho, ex-eurodeputado, que falhou a eleição nas últimas europeias.

Miguel Pinto Luz fora da corrida

O vice-presidente da Câmara de Cascais entende que este não é o momento de se candidatar à presidência do PSD. Em declarações à Renascença, Pinto Luz, que nas últimas diretas esteve ao lado de Paulo Rangel, adianta, agora, que não se vai “imiscuir e não vai declarar apoio a nenhum candidato”.

O autarca junta-se, assim, a Paulo Rangel, Carlos Moedas, Ribau Esteves e Miguel Poiares Maduro, que não avançam para a liderança do partido.

Na próxima semana, Jorge Moreira da Silva, antigo ministro de Pedro Passos Coelho, vai fazer uma declaração pública, depois de notícias que dão como certo o seu avanço para a corrida à liderança do PSD.

No final desta semana muitos destes protagonistas vão estar juntos, na inauguração da exposição “Zeca Mendonça: o Assessor de Todos os Líderes” no Newsmuseum em Sintra.

Luis Montenegro, Carlos Coelho, Jorge Moreira da Silva, Marcelo Rebelo de Sousa, Manuela Ferreira Leite, Marques Mendes e Carlos Moedas são presenças confirmadas.

As diretas no PSD estão marcadas para dia 28 de maio e o congresso do partido realiza-se no Porto, de 1 a 3 de julho.

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  • Joaquim
    05 abr, 2022 Paços 21:55
    Este está mortinho por voltar a fazer homenagens ao Pinto da Costa na Assembleia da Republica!

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