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Marcelo apela ao voto e pede "urgente reponderação do dia de reflexão"

29 jan, 2022 - 13:05 • Susana Madureira Martins

Presidente da República divulgou, este sábado, uma mensagem sobre as legislativas, umas eleições que classifica como "verdadeiramente diferentes", considerando que a campanha mostrou a "necessidade de revisão da lei eleitoral", pedindo ainda "mudanças de fundo" para "recuperar economia e mitigar pobreza e desigualdades".

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Marcelo apela ao voto. "Votar é dizer que estamos vivos e que nada nem ninguém cala a nossa voz"
Marcelo apela ao voto. "Votar é dizer que estamos vivos e que nada nem ninguém cala a nossa voz"

Em pleno sábado de reflexão para as eleições legislativas, o Presidente da República questiona a utilidade deste dia numa mensagem de apelo ao voto divulgada por Belém e em que Marcelo Rebelo de Sousa sugere uma "oportuna reponderação do dia de reflexão, pensado para outra época e para outras preocupações", concluindo que ficou confirmado "o relevo do voto antecipado".

Ao longo da mensagem, Marcelo classifica várias vezes estas eleições como "diferentes", por exemplo, porque se viu confirmada a "falta de uma lei de emergência sanitária", falando ainda da "necessidade de revisão da lei eleitoral", considerando a atual "tão rígida que exclui votação fora de domingos e feriados e não permite horários flexíveis, assim fechando portas a situações excecionais".

O Presidente da República deixa assim vários recados, nomeadamente ao futuro Governo, alertando que estas eleições também são "diferentes" porque mostraram que "o choque da pandemia tem sido tão abrupto e prolongado que recuperar economia e mitigar pobreza e desigualdades sem mudanças de fundo, corre o risco de ser encharcar com milhões as areias de um deserto".

Sobre o que vai fazer após as eleições legislativas nem uma palavra, Marcelo apenas regista que durante a campanha se viu o "domínio" de alguns temas, sendo um deles a "próxima fórmula governativa, por cada qual preconizada", sendo os outros dois "a pandemia e a saúde" e "a urgente melhoria das condições de vida.

Na mensagem diz saber que a "pandemia, cansaço, conformismo, e outras razões do foro íntimo, são, para muitos, argumentos para escolher não escolher", fazendo depois um forte apelo ao voto.

Para Marcelo as legislativas deste domingo são umas "eleições tão diferentes, num tempo tão diferente e tão exigente" que "votar é também uma maneira de dizermos que estamos vivos e bem vivos, e que nada, nem ninguém, cala a nossa voz".

Em plena pandemia a mensagem do Presidente da República é que se pode ir "votar em consciência e em segurança" e "sem temores, nem inibições", tal como foi possível, diz Marcelo, "em setembro, nas eleições locais, e, há um ano, nas eleições presidenciais", ressalvando mesmo que "na altura, há um ano com mais de trezentos mortos por dia, mais de oitocentos cuidados intensivos e mais de seis mil internados e sem vacinas".

Ou seja, não há desculpa para não ir votar, com Marcelo Rebelo de Sousa a dizer que também ele irá dar esse "último passo" este domingo, "o do voto", para dizer o que pensa "sobre os próximos anos para Portugal".

O chefe de Estado classifica os próximos tempos como "anos de saída de uma penosa pandemia, de urgente reconstrução da economia, da sociedade, do ambiente, da vida das pessoas, de difíceis desafios europeus, e de tensão mundial como já não existia há quase vinte anos".

Ao longo da mensagem pode ainda ler-se que Marcelo registou esta campanha eleitoral e o período logo após a convocação de eleições, como tendo decorrido com "serenidade", registando ainda o "evidente civismo, efetivo respeito pela diversidade e até calorosa solidariedade, em situações e episódios mais sensíveis", notando que "tudo" correu "sem violência individual ou coletiva".

Estas também são umas eleições "diferentes", segundo o Presidente porque se confirmou "uma audiência sem precedentes nos numerosos e mobilizadores debates e entrevistas, em clássicos e novos meios digitais, a testemunhar o elevado empenhamento de partidos e seus dirigentes" e a notar que tudo isto aconselha "cuidado acrescido naqueles que pensam regressar, no futuro, a poucos e seletivos debates audiovisuais", num remoque aos líderes partidários que recusaram participar nalguns dos debates.

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