21 ago, 2013 - 00:48
Angela Merkel deslocou-se esta terça-feira ao antigo campo de concentração de Dachau, na Baviera, tornando-se na primeira chanceler alemã a visitar o local.
Merkel fez uma pausa na campanha eleitoral para se deslocar a Dachau, nos arredores de Munique, onde colocou uma coroa de flores no monumento às vítimas.
A chanceler alemã falou com um grupo de sobreviventes do Holocausto nazi, onde estava Abba Naor, uma judia de 85 anos, cuja mãe, um irmão e outros familiares foram mortos em campos de concentração durante a II Guerra Mundial.
“Merkel vem cá para dizer que nunca esqueceremos o que aconteceu aqui”, disse Abba Naor, antiga prisioneira em Dachau, campo onde os nazis mataram mais de 41 mil pessoas.
A chanceler alemã lembrou que Dachau é “tragicamente famoso” por ter servido de modelo para outros campos de extermínio e manifestou “profunda tristeza e vergonha” pelo que ali aconteceu.
Angela Merkel disse estar preocupada com a extrema direita na Alemanha, onde um grupo nazi está a ser julgado pelo assassinato de nove imigrantes e de uma polícia, entre 2000 e 2007.
Esta visita em plena campanha eleitoral já mereceu críticas da oposição. Renate Kuenast, dos Verdes, considera que foi um gesto de "mau gosto" por parte da chanceler alemã e candidata a um terceiro mandato.
Os nazis montaram o campo de concentração de Dachau em 1933, algumas semanas depois de Adolf Hitler ter chegado ao poder, com o objectivo de ali prenderem opositores políticos.
Dachau tornou-se um protótipo para a rede de campos da morte nazis, onde durante a II Guerra Mundial foram assassinados seis milhões de pessoas, sobretudo judeus.
Mais de 200 mil pessoas encontravam-se detidas em Dachau quando em 1945 os soldados norte-americanos libertaram o campo.