Emissão Renascença | Ouvir Online
A+ / A-

Legislativas

PAN acusa Chega de não ter propostas ambientais, Ventura diz que não há milagres

14 jan, 2022 - 21:22 • Lusa

A líder do PAN, Inês Sousa Real, notou hoje que o Chega não tem qualquer proposta para combater as alterações climáticas, já André Ventura admitiu que o assunto é relevante, mas diz que "não há milagres".

A+ / A-

Veja também:


A líder do PAN, Inês Sousa Real, criticou o Chega por não ter qualquer proposta para combater as alterações climáticas, já André Ventura admitiu que o assunto é relevante, mas diz que "não há milagres".

O debate que decorreu esta sexta-feira na SIC Notícias começou praticamente com André Ventura a criticar o PAN e a tentar colá-lo ao PS.

"O PAN viabilizou todos os Orçamentos do Estado socialistas", acusou André Ventura, considerando que o PAN, ao mostrar disponibilidade para apoiar um Governo à esquerda ou à direita, está a "faltar à verdade".

O presidente do Chega recordou que o PAN viabilizou Orçamentos de um país que tem hoje "a quinta eletricidade mais cara da Europa e uma das gasolinas mais caras da Europa", alegando que o país tem a maior carga fiscal da Europa (a carga fiscal em Portugal em 2020, segundo o Instituto Nacional de Estatística, foi de 34,8% do PIB, abaixo da média europeia).

Em resposta, Inês Sousa Real frisou que o partido tem linhas vermelhas para desenhar possíveis acordos após as legislativas, apontando para questões como a proteção animal, uma maior ambição na retoma económica, o fim de "borlas fiscais" às petrolíferas e o combate às alterações climáticas.

"Temos que ir mais longe. Temos que taxar as atividades poluentes", frisou, recordando que o partido pretende um Ministério do Ambiente e das Alterações Climáticas, para que seja "o clima a marcar o passo".

Nesse ponto, a porta-voz do PAN, dirigiu-se a André Ventura, para notar, tal como o Livre já o tinha feito, que o programa do Chega "tem zero propostas sobre as alterações climáticas", não havendo qualquer referência no documento de nove páginas ao ambiente ou à proteção animal. .

Confrontado, Ventura admitiu que as alterações climáticas "são um problema".

Sem apresentar propostas para a problemática, o líder do Chega optou por criticar o PAN, alegando que a solução daquele partido ambientalista passa por "criar mais impostos para as pessoas e para as empresas".

"Não há milagres. Nós podemos ter uma conversa muito bonita sobre aquecimento global, mas se isso equivaler a destruir as famílias, o seu rendimento e o das empresas, isso não vale a pena", referiu Ventura, que procurou sempre colar o PAN a um partido que quer "taxar, taxar" e "proibir, proibir".

"Somos um partido progressista que é muito diferente" de um partido proibicionista, frisou Inês Sousa Real, salientando que se devem proibir atividades como a tourada ou a caça, por serem "anacrónicas".

Essas atividades "não deviam ter lugar no século XXI, em que é possível matar animais à paulada, animais como o coelho-bravo, um animal que até lhe deve ser muito próximo, tendo em conta que é detentor de uma coelha, a Acácia", constatou.

A líder do PAN frisou ainda que recusa a ideia de reduzir o mundo rural a essas duas atividades, considerando que isso "é até ofensivo para o mundo rural".

Indo contra a ideia de um partido apenas preocupado com os animais, Inês Sousa Real afirmou que foi "pela mão do PAN" que se alargou a tarifa social de energia a mais 100 mil famílias, que o partido propõe uma redução de IRC e de IRS para ajudar famílias e empresas.

Já quase no final do debate, questionado pela moderadora sobre o porquê de uma das medidas do Chega ter uma lógica punitiva de obrigar desempregados a serviço comunitário, André Ventura referiu que essa situação será apenas para pessoas com Rendimento Social de Inserção (RSI).

"É RSI e não subsídio de desemprego. Isso é falso", afirmou, apesar de a medida, publicada no site do partido, referir que será "instituído serviço comunitário obrigatório durante a concessão de subsídio de desemprego".

Comentários
Tem 1500 caracteres disponíveis
Todos os campos são de preenchimento obrigatório.

Termos e Condições Todos os comentários são mediados, pelo que a sua publicação pode demorar algum tempo. Os comentários enviados devem cumprir os critérios de publicação estabelecidos pela direcção de Informação da Renascença: não violar os princípios fundamentais dos Direitos do Homem; não ofender o bom nome de terceiros; não conter acusações sobre a vida privada de terceiros; não conter linguagem imprópria. Os comentários que desrespeitarem estes pontos não serão publicados.

  • Ricardo
    04 mar, 2024 CB 16:40
    Há por ai algum jornalista competente que contabilize as vezes que os outros falaram de André Ventura? acho que foram mais vezes que falaram das suas próprias ideias ..Que maneira rasca de fazer política. QUEM DESDENHA QUER COMPRAR !
  • Anónimo
    23 jan, 2022 Lisboa 16:35
    De facto o Chega ter uma proposta do que quer que fosse seria um milagre.

Destaques V+