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Associação de moradores diz que "não há novas construções” no bairro do Segundo Torrão

04 jun, 2020 - 16:13 • Olímpia Mairos

A presidente do Banco Alimentar afirmou na Renascença que o Bairro do Segundo Torrão teve um acréscimo do número de barracas muito substancial, devido à crise pandémica.

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O presidente da Associação de Moradores do Bairro do Segundo Torrão, na freguesia da Trafaria, Almada, garante que não estão a ser construídas barracas, devido à pandemia da Covid-19.

A presidente do Banco Alimentar, Isabel Jonet, afirmou, em entrevista à Renascença e ao jornal "Público", que a pandemia fez muita gente perder os rendimentos e, por esse motivo, a casa, por não conseguir pagar a renda. Paulo Silva, mais conhecido por "Faísca", assegura que “é pura mentira. "No Bairro do Segundo Torrão não está a acontecer”, garante.

“O bairro não está a aumentar. Não há casas de aumento. Não há novas construções. As casas, aqui, estão devidamente numeradas, através de um número camarário, e não há aumento”, garante o presidente da Associação de Moradores.

Segundo Paulo Silva, “o que pode haver é troca e cedência de casas”. “O morador que lá está vai-se embora e cede a casa um familiar e nada mais. O aumento é que pode estar lá um casal e depois vir um casal com dois ou três filhos”, explica.

Também “está a acontecer o alargamento de casas pelo morador, porque tem mais um filho, porque o filho casou-se e teve um filho. E é lógico, as casas são pequenas e, então, as pessoas têm aquela tendência de fazer um primeiro andar, para receber os seus filhos e a sua nora e o seu neto”, acrescenta.

“Pedido de socorro” a Isabel Jonet


Indignado com as declarações de Isabel Jonet, o presidente da Associação de Moradores do Bairro do Segundo Torrão diz à Renascença que gostava de se encontrar em reunião com a presidente do banco Alimentar, para lhe fazer “um pedido de socorro”. É que no bairro há pessoas em dificuldades e com carência de géneros alimentares.

Na associação foi implementada “uma cozinha solidária de urgência, para confecionar comida para as pessoas mais necessitadas que perderam os seus empregos, outros que não conseguem trabalhar, devido aos condicionamentos, e para idosos que estão limitados”.

De acordo com Paulo Silva, a associação está a fornecer “a cerca de 230 pessoas o jantar, à terça e quinta, e o almoço, ao sábado e domingo” e também angaria “roupa, calçado, brinquedos e até mobiliário para ajudar as pessoas”.

No Bairro do Segundo Torrão, durante o inverno, vivem cerca de 2.500 pessoas. Um número que, segundo Paulo Silva, pode chegar aos 4.000, em tempos de verão. “Temos aqui muitos imigrantes que vêm passar o verão, têm casas noutros sítios, mas têm residência aqui”, completa.

O bairro do Segundo Torrão situa-se na Trafaria, em Almada, no distrito de Setúbal, em terrenos que pertencem à Administração do Porto de Lisboa e a privados. Por este motivo, um dia terá de ser demolido e as cerca de 2.500 pessoas que lá vivem terão que ser realojadas.

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