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​Covid-19

Rio contra nova injeção no Novo Banco. “O que mais há são empresas que precisam de dinheiro"

15 jun, 2020 - 13:06 • Lusa

"Como é que o desgraçado contrato (que não se conhece) pode permitir uma coisa destas?”, pergunta o líder do PSD.

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O presidente do PSD, Rui Rio, questiona que o Estado, através do Fundo de Resolução, pague mais dinheiro ao Novo Banco para fazer face aos efeitos da pandemia de covid-19.

Na sua conta no Twitter, o líder social-democrata faz duas perguntas em que manifesta as suas dúvidas: “Se a covid-19 ocorreu depois da venda do Novo Banco em 2017, como é que o desgraçado contrato (que não se conhece) pode permitir uma coisa destas?”

Rui Rio questiona, indiretamente, o Governo “se o Fundo de Resolução, leia-se o Estado", vai pagar.

“O que mais há são empresas que precisam de mais dinheiro devido à pandemia”, afirmou ainda.

No domingo, o presidente executivo do Novo Banco admitiu que a instituição vai precisar de mais capital do que o previsto para este ano, face ao impacto da covid-19, alterando assim a estimativa que já tinha entregado ao Fundo de Resolução.

Numa entrevista conjunta ao Jornal de Negócios e à Antena 1, o presidente do banco, António Ramalho, afirmou que a "deterioração da situação económica" antevê que o banco vá necessitar de "necessidades de capital ligeiramente suplementares" às que estavam estimadas, não tendo sido adiantados valores.

O dinheiro recebido pelo Novo Banco para se recapitalizar totaliza 2.978 milhões de euros desde 2017, depois de, em 08 de maio, o Governo ter confirmado que foi realizada uma nova injeção de capital pelo Fundo de Resolução bancário.

Dos 2.978 milhões de euros, 2.130 milhões foram de empréstimos do Tesouro.

O montante transferido para o Novo Banco pelo Fundo de Resolução (entidade financiada pelos bancos que operam em Portugal que consolida nas contas públicas) foi realizado ao abrigo do mecanismo acordado na venda do Novo Banco à Lone Star (em 2017), pelo qual o Fundo de Resolução compensa o banco por perdas em ativos com que ficou na resolução do BES.

Contudo, uma vez que o Fundo de Resolução não tem o dinheiro necessário às injeções de capital no Novo Banco, todos os anos pede dinheiro ao Estado, indo devolver o empréstimo ao longo de 30 anos.

Desta vez, dos 1.037 milhões de euros que o Fundo de Resolução pôs no Novo Banco, 850 milhões de euros vieram diretamente do Estado.

Também em 2018, dos 1.149 milhões de euros postos no Novo Banco, 850 milhões de euros vieram de um empréstimo do Tesouro.

Já referente a 2017, dos 792 milhões de euros injetados, 430 milhões de euros vieram de um empréstimo público.

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  • José J C Cruz Pinto
    16 jun, 2020 Ílhavo 11:14
    Pois sim, mas o problema é que, para além das empresas e dos cidadãos comuns, tanto os ladrões em nome individual como os de quadrilhas institucionalizadas (passem ou não recibos) argumentam, com alguma razão aliás, também ter sido "vítimas da pandemia", e ninguém ter alguma vez querido (ou querer agora) fazer-lhes face; quando muito, ficam estupefactos - não com quaisquer dos roubos, ... mas com a franqueza dos "queixosos". Alguns dos roubos parecem até estar regulados por contratos tão inteligentes, prudentes e eficazes, que até prevêem a eventualidade de pandemias! [E foram assinados por todos, incluindo os "visados".] Falar é fácil!

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