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Hora da Verdade

Maria Luís Albuquerque não pondera candidatura e não vai anunciar quem apoia

09 nov, 2017 - 00:16 • Graça Franco (Renascença) e David Dinis (Público)

Não pensou em ser candidata agora à sucessão de Passos Coelho, nem tenciona ponderar, garante Maria Luís Albuquerque numa entrevista em que defende que Mário Centeno devia fazer da redução da divida, pública e privada, uma prioridade nacional.

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O Orçamento para 2018 é mau e ilusório, vinca a ex-ministra das Finanças, Maria Luís Albuquerque, que acusa o Governo de levar a cabo uma austeridade escondida que tem consequências trágicas. No Orçamento, defende que a prioridade devia ser baixar a dívida de forma nominal. E na política, elogia o CDS mas avisa que a ambição do PSD deve ser governar sozinho.

Rui Rio disse que este Orçamento devia apontar para um défice zero, aproveitando o ciclo económico. Concorda? Seria possível?

Acho que seria possível ter escolhas francamente diferentes. Eu fiquei muito chocada quando ouvi o ministro da Economia dizer que não havia espaço para baixar impostos às empresas. Se ele tivesse dito "fizemos opões diferentes", seria uma informação muito mais honesta. Haveria claramente a possibilidade de uma combinação diferente, sendo que ter défice zero ou excedente é uma coisa positiva. Reduzir a dívida, não só em % do PIB como em valor absoluto, é o maior contributo que podemos dar para a sustentabilidade futura. A dívida vai ser paga por nós, pelos nossos filhos, pelos nossos netos. Reduzir a dívida deveria ser um imperativo nacional - a pública e a privada.

Falava de um leque de opções diferente. De que medidas prescindiria neste momento?

Seria possível fazer um faseamento diferente. A nossa experiência de redução do IRC resultou num aumento de receitas... Se esses sinais continuassem a ser dados, hoje teríamos seguramente um desempenho muito mais favorável de investimento. E depois, sim, distribuem-se os rendimentos que é possível, mas de uma forma sustentável - porque temos as empresas a trabalhar para criar essa riqueza. Temos bons resultados, que são muito conjunturais, mas que ficam muito aquém do que poderiam ser com as políticas certas.

Acha que com a saída de Passos Coelho, a maioria já vai aceitar discutir com o PSD?

Eu diria que aquilo que nos separa é demasiado profundo. Isso parece-me independente da liderança. As visões do que deve ser o país são profundamente diferentes. Nós vemos o PS, PCP e BE a partilhar uma série de visões sobre o que deve ser a economia e o país que o PSD não partilha, nunca partilhou. Nós defendemos a economia social de mercado, a economia privada, somos um partido que acredita nas empresas, no país aberto, europeu e competitivo. Acreditamos que o Estado deve ter um peso menor. Esta é a nossa matriz, muito diferente da dos partidos de esquerda.

Pegando nessa matriz, ouvindo os candidatos à liderança, já sabe quem apoiará?

Estou a fazer a minha reflexão, mas não tenciono tomar nenhuma posição pública até ao final. Não tenciono fazê-lo.

E, já agora, António Costa é batível nas próximas legislativas?

António Costa foi batido nas últimas legislativas. Não vejo porque não haverá de ser nas próximas.

Mas para governar, a direita precisa de uma maioria absoluta - como se viu em 2015. Ou não?

É verdade. Mas nós já tivemos várias maiorias absolutas, o PS só teve uma. E esta é uma combinação, enfim, diferente.

Volto à pergunta: com António Costa e a "geringonça", com a actual conjuntura económica, é possível à direita ter uma maioria nas próximas legislativas?

Absolutamente. Acho que está perfeitamente ao nosso alcance dar aos portugueses essa alternativa - e que os portugueses escolham essa alternativa. Estamos a dois anos e sondagens ainda não elegem ninguém.

Como é que tem visto o crescendo de Assunção Cristas?

Assunção Cristas é uma líder ainda relativamente recente no CDS, está num processo de afirmação. É uma pessoa empática, que comunica bem. O CDS é um partido diferente do PSD em muitas questões, mas é um aliado natural, pela nossa história e pelos valores que partilhamos. Mas somos diferentes. E não é comparável a dimensão do CDS à dimensão do PSD.

Acha que ela pode, à semelhança do que aconteceu em Lisboa, tirar votos ao PSD nas legislativas?

Acho que Lisboa é uma coisa aparte, o PSD continua a ser um partido de muito maior dimensão, de muito maior implementação. E que abrange uma muito maior diversidade do que é a sociedade portuguesa do que faz o CDS. Como digo: é um aliado natural, não faz sentido que entremos numa campanha em combate ao CDS. Mas note-se que a ambição do PSD é sempre obter um resultado que lhe permita governar sozinho. Um partido com a nossa história, com a nossa implantação no terreno, tem sempre a ambição de ser o maior partido - como é.

Será este o tempo das mulheres nas lideranças? Não pensou em candidatar-se agora à liderança do PSD?

Não, não pensei. O que importa nas lideranças são as pessoas, as personalidades. Ser uma personalidade feminina ou masculina é necessariamente diferente, essas diferenças felizmente existem, mas não é o facto de ser mulher ou homem que torna alguém especialmente adequado ou desadequado para qualquer cargo.

E não o ponderou agora porque...?

Porque nunca ponderei e porque não tenciono ponderar.

Comentários
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  • O ZE
    10 nov, 2017 braga 17:45
    0 13 mes o subsidio de ferias foram dados por marcelo caetano em 1973 o primeiro governo a querer cortar essas regalias foi o governo de mario soares governo de mario soares que ficou com um subsidio de ferias de todos os portugueses sou reformado e no anterior governo nao me foi cortado nada e essa coisa de pagar em prestacoes foi o socrates que inventou isso e este governo paga so passado 1 ano sabes eu tenho 67 anos nunca me meti nem liguei a partidos nem a politica mas com a idade que tenho e pelos paises por onde andei vi muita coisa sei diferenciar o trigo do joio
  • há por aí
    10 nov, 2017 lis 12:27
    alguns Zés que pertencem ao grupo dos que, quanto mais me batem mais gosto deles!...
  • a mariazinha
    10 nov, 2017 port 11:47
    é um espanto! Se não existisse tinha que ser inventada!
  • o ze de braga
    10 nov, 2017 lis 11:43
    deve querer ser um caso à parte dos outros, e receber os 50 por cento, antes de tempo! Ainda estás com sorte, porque com o teu querido líder e a sua partenaire financeira, ficarias sem eles e ainda cortavam 600 milhões nas pensões a pagamento! Aqueles que hoje se queixam e ainda apoiam o anterior governo, deveriam facultar aos outros o que vão receber!
  • O ZE
    09 nov, 2017 braga 19:27
    PERGUNTA ao teu amigo costa se ele nao sabe que estamos em novembro que ele deve 50 por cento do 13 mes aos reformados que prometeu pagar em novembro mas nao pagou sera que se esqueceu ou o governo nao tem dinheiro para pagar aos reformados como nao tem dinheiro para pagar aos fornecedores dos hospitais a quem ja deve mais de 100milhos de euros
  • 09 nov, 2017 LISBOA 10:10
    Candidatura???? Porra!!!! Nos 4 anos de Governo PSD/CDS. Ficámos com meio milhão de desempregados. Défice aumentou. Dívida a chegar aos 135% do PIB. Em 4 anos emigraram i milhão de jovens qualificados 2 milhões de pobres, sem contar com a miséria encoberta. Em 2013, 660 mil famílias não conseguiram pagar empréstimos a bancos. O saque fiscal penhorou casas, ordenados, casais desempregados e com filhos perderam as sua habitações, penhoradas por pequenas dividas ao fisco, houve mesmo pessoas que se suicidaram, este é um pequeno curriculum do governo PSD/CDS e com a Miss Swap no Ministério das finanças.
  • barsanulfo
    09 nov, 2017 alcains 09:54
    Afinal, alguém quer saber , conta para alguma coisa, o que a Mariazinha swapeira pensa ou faz???? ora.... isto é o diabo, o diabo!
  • Almagur
    09 nov, 2017 Lisboa 09:52
    Oh marilu. Andas de crista caída? Vê se te calas. Pede a demissão e põe te a andar. Continuas sem nível pois nunca o tiveste. És uma deslumbrada. Tens pena do padrinho Passos? Pois foi ele que te trouxe para este deslumbramento. Essa dos afectos é piada ao Presidente Marcelo? Pois ele nunca te deu qualquer importância porque ele só apoia pessoas com nível e ele nem te reconhece como ex ministra.
  • DR XICO
    09 nov, 2017 LISBOA 09:51
    Espero que Rui Rio se afaste desta mulher que deixou milhões de portugueses na miséria, desemprego, falências, divórcios, crianças com fome tudo graças à sua ideia que a TROIKA foi a melhor coisa que passou por Portugal pois distribuiu a riqueza pelos ricos. Se tivesse vergonha e não precisasse do estado para dar golpadas até se devia afastar da politica
  • Monica
    09 nov, 2017 Almeida 07:56
    Essa senhora não foi contratada por empresa que negociou com o Banif? A investigação ainda decorre? Que vergonha!!!!

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