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Aborto. “Questão não está resolvida"

11 fev, 2017 - 16:45

Federação Portuguesa pela Vida continua a lutar contra a despenalização do aborto.

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Para assinalar os 10 anos do referendo ao aborto a Federação Portuguesa pela Vida promoveu um encontro para sublinhar a ideia que este é um assunto que não está encerrado.

António Pinheiro Torres, vice-presidente da Federação Portuguesa pela Vida, fez questão de sublinhar que o movimento de que faz parte não vai desistir de lutar pela vida.

“A ferida continua aberta, a questão não ficou definitivamente resolvida. Não sei se é hoje, se é amanhã, se é daqui a uns anos mas a questão não está resolvida. E quando a questão não está resolvida, continuamos a trabalhar sobre ela”, disse.

As interrupções da gravidez por opção da mulher atingiram em 2015 o número mais baixo desde 2008, primeiro ano completo desde que entrou em vigor a lei que despenalizou o aborto até às dez semanas de gravidez.

Os dados oficiais da Direcção-Geral da Saúde de 2016 ainda não estão disponíveis, mas as estatísticas dos oito anos completos de despenalização da interrupção da gravidez (2008 a 2015) mostram uma tendência de decréscimo sobretudo a partir de 2012.

No último relatório com os registos de interrupção da gravidez, mostra-se que quanto ao aborto por opção da mulher, houve uma diminuição de 1,9% entre 2014 e 2015, tendo sido feitas 15.873 interrupções por decisão da grávida nesse ano.

Trata-se do número mais baixo desde 2008, primeiro ano completo desde que entrou em vigor a lei que despenalizou o aborto até às 10 semanas de gravidez.

Entre 2008 e 2011 houve uma tendência de subida das interrupções, que começaram a descer depois a partir de 2012, com um decréscimo acentuado de 6,6% nesse ano. Também de 2013 para 2014 se verificou outra descida significativa, de 8,7%.

Em relação aos últimos dados disponíveis, relativos a 2015, o relatório mostra que metade das mulheres que abortaram por opção referiram ter um ou dois filhos, sendo que 42,3% ainda não era mãe, dados semelhantes aos verificados em anos anteriores.

Quanto a interrupções de gravidez anteriores, 70% das mulheres que decidiram abortar em 2015 nunca tinha realizado qualquer outro aborto, 21% já tinham feito uma intervenção, quase 6% tinha feito duas e 2,5% já tinham realizado três ou mais.

O documento da DGS exibe ainda que mais de sete em cada 10 abortos foram feitos em unidades oficiais do Serviço Nacional de Saúde.

Noutro relatório da autoridade de saúde é ainda possível perceber que entre 2001 e 2014 foram reduzindo as complicações pelo aborto ilegal a partir de 2007/2008.

Verificou-se uma "redução significativa tanto do número total de complicações como do número de complicações graves a partir de 2008", uma diminuição ainda mais nítida a partir de 2013.

Comentários
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  • João Lopes
    12 fev, 2017 Viseu 07:58
    Abortar é matar violentamente nascituros indefesos e inocentes. São seres humanos eliminados silenciosamente na barriga das suas mães.
  • José
    11 fev, 2017 Lisboa 21:43
    Não entendo, como é possível o aborto ter matado mais portugueses que as varias guerras de libertação em Angola, Moçambique e outros lugares. Ter morto, pessoas que não tiveram qualquer hipótese de se defenderem. Ter morto inocentes que não tiveram num advogado de defesa. Ter morto inocentes que nunca cometeram nenhum crime. Ter havido pessoas que em vez de terem ajudado as gravidas , as pressionaram para matar os seus filhos. Quanta tragédia e infelicidade ...
  • Indignada
    11 fev, 2017 Fig. da Foz 17:32
    Uma situação que promove legalmente a matança de Seres Humanos indefesos e inocentes, NUNCA está resolvida, tem que ser modificada! O que não é referido no texto, que é pobre, é que houve uma diminuição dos abortos não porque a promiscuidade tenha diminuido mas porque há mais métodos cómodos e eficazes, caso da pílula do dia seguinte, que permitem a matança logo após a sua concepção. Seja como for, os n.º\s do SNSaúde não me merecem credibilidade..., nomeadamente pelo que tenho visto frente à clínica de extermínio "Os arcos" em Lisboa.

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