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Governo cancela construção de duas barragens

18 abr, 2016 - 11:31 • Sandra Afonso

Alvito e Girabolhos são as barragens que caem. O Ministério do Ambiente justifica a decisão com critérios jurídicos, financeiros, expectativas dos municípios abrangidos, metas das energias renováveis e descarbonização da economia portuguesa.

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O Governo cancelou a construção das barragens do Alvito, nos concelhos de Vila Velha de Ródão e Castelo Branco, da EDP, e Girabolhos, no concelho de Seia, da Endesa. A decisão foi tomada na sequência da reavaliação do Plano Nacional de Barragens de Elevado Potencial Hidroeléctrico, que o ministro do Ambiente esteve a apresentar esta segunda-feira de manhã aos promotores e municípios afectados.

Nesta reavaliação, o Governo decidiu também suspender por três anos a construção da barragem do Fridão, no concelho de Amarante, da EDP.

Em 2007, quando foi apresentado este Plano Nacional, estava em cima da mesa a construção de 10 barragens. Na altura, três ficaram pelo caminho (Padroselos, Pinhosão e Almourol). Esta reavaliação analisou as sete restantes. Além das duas que foram canceladas e da que foi suspensa, o Governo decidiu também seguir a construção da barragem do Alto do Tâmega, da Iberdrola, bem como a de Foz-Tua, Gouvães e Daivões.

Em comunicado enviado à Renascença, o Ministério do Ambiente indica que na base desta decisão estão critérios jurídicos, financeiros, expectativas dos municípios abrangidos, metas das energias renováveis e descarbonização da economia portuguesa.

No caso do Fridão, é explicado que, "tendo em conta as metas com que Portugal se comprometeu em termos de produção energética, torna-se necessário reavaliar a sua construção no prazo de três anos para o cumprimento das metas".

Quanto à barragem do Alto do Tâmega, "foram questões essencialmente financeiras que estiveram na base da decisão", porque o cancelamento da obra que já está em curso implica a devolução da contrapartida financeira superior a 300 milhões de euros e o pagamento de uma indemnização por danos emergentes e lucros cessantes.

O ministro do Ambiente chamou para este encontro 15 autarquias envolvidas e as três empresas detentoras das obras (EDP, Iberdrola e Endesa), bem como três associações ambientalistas (Quercus, Zero e Geota).

[notícia actualizada às 13h40]

Comentários
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  • Manuel Fernandes
    18 abr, 2016 Barreiro 19:35
    Decisão acertada, pois transformar o país num lago e alagar grandes áreas com aptidão agrícola não é, de todo, uma decisão racional. Se, depois dos parques eólicos e solares, ainda for necessário produzir hidro-energia então recorra-se a mini-hídricas em rios e ribeiras, incluindo a reconversão de uso dos moinhos de água e maré que se vão desmoronando sem apelo nem agravo, num enorme atentado ao nosso Património Cultural. Esgotadas todas estas hipóteses, recorra-se finalmente à energia das marés, das ondas ou das correntes marítimas.
  • Miguel Barroco
    18 abr, 2016 Oeiras / Caxias 14:36
    Caos o Governo mantiverem a construção da barragem da Foz - Tua, irá abranger a estação do Tua e isso será mal para as populações vizinhas em que utilizam o comboio para o Porto e arredores. Mesmo que seja benefico para as populações, refiro à electricidade. Tenho a certeza se houver uma petição sobre este assunto, Haveria milhões de assinaturas e da minha própria assinatura para por fim às obras da barragem.
  • 18 abr, 2016 14:05
    Que vergonha
  • Antonio
    18 abr, 2016 Braga 13:59
    Parar com todas as barragens era uma favor, Portugal está a ser transformado num grande lago!
  • Jorge
    18 abr, 2016 Coimbra 13:38
    Afinal o investimento publico que as bengalas do PC e BE tanto exigem não passa de uma miragem... Aos poucos essa gente da esquerda enterram-se e caem em desgraça!
  • O Tal
    18 abr, 2016 Por Aí 13:36
    Claro, continuar dependente de combustíveis fosseis, é melhor para o país, mas na ótica da geringonça.
  • Ze
    18 abr, 2016 Lisboa 13:33
    Nos EUA já andam a deitar abaixo as barragens alegam que o custo beneficio é baixo com grandes impactos ambientais... Solução será as renováveis... Nós por cá continuamos a querer contruir... Aliás passar cheques de indeminizações... por obras nem vê-las nem as obras
  • zita
    18 abr, 2016 lisboa 12:53
    Então, o investimento não era essencial para o arranque da economia? Então as barragens agora já não são importantes? Agora o importante é distribuir (dar o que se não tem) criar riqueza custa muito mais não é? Vão dando enquanto ainda há porque a este ritmo não sei não sei.
  • Luis
    18 abr, 2016 Lisboa 12:44
    BANZÉ, há muito que isto deixou de ser um País para passar a ser um sitio. Uma região no Sul da Europa. Por sinal muito mal frequentada. Com isto não se preocupam os nossos Generais desde que corra o marfim. Tão preocupados que estão com a ética, a honra, a dignidade e o dever esqueceram-se da soberania.
  • Nekas
    18 abr, 2016 Lisboa 12:26
    Afinal não é importante a autonomia energética do país?se temos água e no seu caminho para o mar for util e rentável por que motivo tanta obstrução?preferem comprar?são devisas que saiem,a quem convêm estes negócios,não é sabido que a independencia monetário de um país é produzir o que consome e ter excedentes para a troca?e anda a independencia de um país ao sabor de intereces de uns e desintereces de outros,jogadas e intereces.

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