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Ministro da Ciência quer inverter caminho de "selectividade" dos últimos anos

03 dez, 2015 - 13:55

Manuel Heitor acusa anterior Governo de Passos e Portas de implementar políticas “fundadas no preconceito e na ignorância”.

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Uma das prioridades do novo Governo é inverter o caminho dos últimos anos de "selectividade" no acesso ao conhecimento e de "adulteração" dos critérios de avaliação dos centros de investigação, afirma o ministro da Ciência e Ensino Superior.

Manuel Heitor falava no segundo e último dia do debate do programa do XXI Governo Constitucional na Assembleia da República, num discurso que foi globalmente apoiado pelas bancadas da esquerda parlamentar.

Criticou as políticas seguidas pelo Governo PSD/CDS nos últimos anos, considerando que estiveram "fundadas no preconceito e na ignorância" e que importa agora "retomar uma perspectiva de democratização do acesso ao conhecimento científico" e uma aposta no emprego jovem científico.

Contratos por pagar

A única intervenção crítica ao seu discurso partiu da deputada do PSD, Nilza Sena, que acusou Manuel Heitor, enquanto secretário de Estado do Ensino Superior dos executivos liderados por José Sócrates, de ter deixado por pagar muitos contratos.

"O senhor ministro tem agora de fazer prova de vida", advertiu a dirigente social-democrata, com Manuel Heitor a fazer depois um apelo à cordialidade no debate político.

"Entendo que as políticas do Governo de direita foram contrárias à ciência. Mas também considero que os eleitores de direita querem mais e melhor ciência em Portugal", reagiu o ministro.

Cinco mil abandonaram a faculdade

Pela parte do Bloco de Esquerda, o deputado Luís Monteiro acusou o anterior Governo de ter provocado que "cinco mil estudantes" abandonassem o Ensino Superior nos últimos anos, enquanto Joana Mortágua defendeu que a "precariedade domina no tecido científico" nacional.

"O anterior Governo optou pela destruição das ciências humanas e sociais. Tem de haver justiça e previsibilidade na atribuição de bolsas", declarou ainda Joana Mortágua, com o ministro Manuel Heitor a completar que "a ciência não pode ser exclusivamente encarada como um factor da política económica".

Pela parte do PCP, o deputado Miguel Tiago criticou os "sucessivos cortes no investimento público promovido pelo anterior Governo, que em boa hora foi corrido pela luta e pelo voto dos portugueses".

Miguel Tiago insurgiu-se ainda contra "o subfinanciamento do Ensino Superior público e dos laboratórios do Estado".

"Também a política de contratação pública tem de ser alvo de uma mudança", declarou o deputado do PCP, dirigindo-se á bancada do executivo, antes de a deputada de "os Verdes" Heloísa Apolónia ter lamentado que Portugal "seja o segundo país da União Europeia com as propinas mais elevadas logo após o Reino Unido". "Isto tem de nos fazer pensar", advertiu a deputada ecologista.

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