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Inspeção-Geral da Administração Interna

Cova da Moura. MAI abre inquérito urgente sobre morte de homem baleado pela PSP

21 out, 2024 - 15:55 • Lusa

Fonte da PSP afirma que o homem "terá resistido à detenção" e tentado agredir agentes "com recurso a arma branca". Além da Inspeção-geral da Administração Interna, também a PSP já tinha anunciado a abertura de um inquérito interno.

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A ministra da Administração Interna determinou à Inspeção-Geral da Administração Interna a abertura de um inquérito "com caráter de urgente" sobre a morte de um homem na Cova da Moura, na Amadora, após ser baleado pela PSP.

"A ministra da Administração Interna determinou à Inspeção-Geral da Administração Interna (IGAI) a abertura de inquérito com caráter de urgência para apuramento das circunstâncias que envolveram agentes da Polícia de Segurança Pública, na sequência de uma operação policial na madrugada de 21 de outubro, no Bairro Alto da Cova da Moura, que culminou com a morte de um cidadão, pelas 06h20, no Hospital de São Francisco Xavier, para onde fora transportado", refere uma nota do ministério tutelado por Margarida Blasco.

Além deste inquérito na IGAI, a PSP já tinha anunciado a abertura de um inquérito interno junto dos polícias e de testemunhas para apurar as circunstâncias que originaram esta ocorrência.

Em comunicado, a PSP explica que um homem em fuga morreu após ser baleado pela polícia na Cova da Moura, quando tentava resistir à detenção e agredir os agentes com uma arma branca. O movimento Vida Justa contesta a versão da polícia e exige "uma comissão independente para investigar as mortes em circunstâncias estranhas que ocorrem na periferia" de Lisboa.

No comunicado daquela força de segurança, os agentes da PSP deram ordem de paragem a um homem de 43 anos que, ao visualizar a viatura policial, encetou fuga para o interior do bairro da Cova da Moura, tendo o condutor entrado em despiste, abalroando viaturas estacionadas e o carro em que seguia ficado imobilizado. De acordo com a PSP, na rua principal do bairro os agentes abordaram o suspeito, que "terá resistido à detenção e tentado agredi-los com recurso a arma branca".

"Esgotados outros meios e esforços", indica a PSP, um dos polícias recorreu à arma de fogo e atingiu o homem, "em circunstâncias a apurar em sede de inquérito criminal e disciplinar".

A PSP adianta que foi dado conhecimento ao Ministério Público e à Polícia Judiciária, que se deslocou ao local da ocorrência.

"Foram realizados procedimentos de preservação e de gestão do local do crime e seguir-se-ão outras diligências investigatórias junto dos polícias da PSP e de testemunhas, para apurar as circunstâncias que originaram esta ocorrência", adianta, lamentando o desfecho do incidente.

No entanto, Flávio Almada, porta-voz do Vida Justa, transmitiu à Lusa que, segundo o relato dos moradores do bairro da Cova da Moura, onde esta madrugada foi morto um homem de 43 anos, baleado por um agente da Polícia de Segurança Pública (PSP), "a versão da polícia é totalmente falsa".

Recordando que "não é a primeira vez" que algo semelhante acontece na Cova da Moura, Flávio Almada fala numa "cultura de impunidade" policial e insta a PSP a "assumir a sua responsabilidade" e a desencadear uma investigação "séria e isenta".

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