04 abr, 2024 - 07:30 • Liliana Monteiro
A NATO "é importantíssima para Portugal", na perspetiva do comandante da esquadrilha de subsuperfície Batista Pereira.
“A NATO é uma organização importantíssima para salvaguardar o modo de vida ocidental das democracias liberais. Importantíssima para Portugal. E temos de perceber que, se queremos pertencer a este grupo, temos de fazer a nossa parte, quer em investimento quer em termos de capacidade para missões”, diz o responsável da Armada à Renascença.
Ouvido sobre o papel da NATO 75 anos depois da sua fundação e sobre qual deverá ser o papel de Portugal, Batista Pereira não tem dúvidas em dizer que o nosso país deve assumir as responsabilidades financeiras e táticas no seio da aliança para se salvaguardar.
“A NATO é o nosso seguro de vida. Penso que já toda a gente percebeu que a paz é o tempo que mede dois conflitos militares e pensar o contrário é perigoso. Acabar com as forças amadas, pensando que isso traz consigo uma paz eterna, é um absurdo”
“Não pertencer à NATO, tendo em conta a nossa dimensão geoestratégica no Atlântico, num país com arquipélagos e uma área marítima que é a maior do mundo? Não consigo vislumbrar sequer essa possibilidade”, reforça o militar.
O comandante Batista Pereira é um dos responsáveis pelos dois submarinos portugueses, reconhecidos pela tecnologia de ponta e que têm por isso respondido afirmativamente a várias missões da Nato. Os tempos atuais, diz, mostram que é preciso mudar mentalidades e começar a olhar para a defesa com outros olhos.
“Investimento, é essa a mudança de mentalidades que em Portugal tem de ser feita. Nos últimos 20, 30 anos olhou-se para a defesa nacional como uma despesa que se tinha de fazer, mas que se se pudesse não se fazia. Claramente é um erro que nos trouxe aos dias de hoje, o problema não é só português é europeu também”, aponta.
Para este capitão-de-mar-e-guerra as pessoas “têm de perceber que gastar em defesa é um investimento na paz, que é o pilar essencial da nossa vida. Nós assumimos que a paz é um bem adquirido, mas não é verdade porque a paz dá muito trabalho e custa bastante dinheiro”.
Portugal foi um dos membros fundadores da NATO em 1949, juntamente com 11 outros países. Hoje são já 32 os Estados-membros, após as recentes entradas de Finlândia e Suécia. À espera está a Ucrânia.
Criada para garantir a liberdade e segurança dos seus membros através de meios políticos e militares tem hoje na Rússia a maior ameaça.