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Marcelo recusa comentar eventuais protestos de militares

28 fev, 2024 - 18:28 • Lusa

Em visita à BTL, Marcelo não comentou protestos das Forças Armadas por estarmos em "campanha eleitoral" e remeteu para declarações anteriores.

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O Presidente da República recusou-se esta quarta-feira a comentar eventuais protestos de militares nas ruas, remetendo para declarações que já fez sobre o tema, nomeadamente quando promulgou o suplemento de missão para a Polícia Judiciária.

Marcelo Rebelo de Sousa falava aos jornalistas durante a visita à Bolsa de Turismo de Lisboa (BTL), altura em que foi questionado sobre o facto de as associações militares terem admitido protestos nas ruas por parte das Forças Armadas caso o próximo executivo não dê "uma atenção especial" a esta área de soberania.

"Sobre isso não queria estar a intervir por uma razão muito simples: eu, durante o período de campanha eleitoral, não quero falar dos temas que são falados. Esse é um tema que é falado e, portanto, eu não queria falar nesse tema que é falado", respondeu.

O chefe de Estado e Comandante Supremo das Forças Armadas remeteu apenas para o que já disse sobre o tema "no passado".

"Quando tive oportunidade de promulgar o diploma sobre o subsidio à Polícia Judiciária falei nas Forças Armadas. Depois quando publiquei uma nota sobre isso voltei a falar nas Forças Armadas, tudo isto entre o final do ano anterior e o início deste ano. Depois, na Academia Militar, falei nas Forças Armadas. Finalmente, em resposta a uma posição de antigos chefes militares integrados no GREI eu falei nas FA", enumerou.

"Portanto, tudo isto ainda por cima foi no período dos últimos quatro meses, quatro meses e meio, está falado", rematou.

Quando promulgou o diploma do Governo que regula o pagamento de um suplemento de missão para as carreiras da Polícia Judiciária, a 29 de dezembro, Marcelo Rebelo de Sousa instou o próximo executivo a corresponder à "justa insatisfação" das outras forças policiais e referiu a "contestação pública" de associações das Forças Armadas.

Depois da hipótese de protestos ter sido levantada, a ministra da Defesa, Helena Carreiras, e o chefe do Estado-Maior da Armada, almirante Henrique Gouveia e Melo, censuraram as declarações das associações representativas dos oficiais, sargentos e praças das Forças Armadas que, por sua vez, contestaram estes dois responsáveis e defenderam o seu direito a protestar, apelando ao chefe de Estado que falasse publicamente sobre o tema.

Nesta segunda ronda de declarações aos jornalistas, o Presidente da República disse que leva "boas notícias" da BTL, que disse funcionar como "uma espécie de termómetro do que vai ser o crescimento do turismo" este ano e no próximo. "E o termómetro mede que está a subir a temperatura", realçou.

Marcelo Rebelo de Sousa salientou que, apesar da guerra na Ucrânia e em Gaza, Portugal "é quase visto de fora como uma ilha no meio do Atlântico", com condições de paz, segurança e estabilidade, que considerou "fundamentais" e que "não têm preço".

O chefe de Estado prometeu visitar a BTL mais duas vezes, na quinta ou na sexta-feira e no domingo, uma vez que a visita de hoje, que durou mais de cinco horas, não deu tempo para ver tudo.

Antes, de passagem pelo "stand" da TAP, Marcelo Rebelo de Sousa cumprimentou os representantes da companhia aérea que estavam presentes, a quem disse, já à saída do espaço: "Sempre juntos".

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