Emissão Renascença | Ouvir Online
A+ / A-

Governo

Prémios Europa Nostra são "responsabilidade acrescida" para políticas de património

13 jun, 2023 - 16:43 • Redação com Lusa

Ministério da Cultura congratula-se pela atribuição de quatro prémios Europa Nostra a projetos portugueses.

A+ / A-

O Ministério da Cultura mostrou satisfação, esta terça-feira, pela atribuição de quatro prémios Europa Nostra a projetos portugueses, realçando que estas distinções representam "uma responsabilidade acrescida para as políticas públicas de património".

"É uma enorme satisfação para Portugal termos sido galardoados com quatro prémios tão importantes na área do património cultural, os Prémios Europa Nostra 2023, com particular destaque para o prémio individual atribuído ao arqueólogo Cláudio Torres, justo reconhecimento por uma carreira notável", indicou o ministério de Pedro Adão e Silva, no Twitter.

Segundo a mensagem, a "responsabilidade acrescida" pelas distinções implica que as políticas públicas de património "têm de ser assumidas como uma prioridade".

O restauro dos tetos Mudéjares da Sé Catedral do Funchal, a salvaguarda da técnica de pesca artesanal "Arte-Xávega", o Projeto Almada e o percurso do arqueólogo Cláudio Torres foram distinguidos nos Prémios Europeus do Património Cultural Europa Nostra.

Ouvido pela Renascença, Guilherme de Oliveira Martins, do Centro Nacional de Cultura, sublinha a relevância das distinções e diz que reconhecem o património "como uma realidade aberta". Não como uma realidade do passado, mas como uma realidade viva que é usufruída nas sociedades contemporâneas". Para Guilherme de Oliveira Martins, o património "também é um fator de paz, um fator de liberdade", "muito importante" numa altura em que "vivemos com uma guerra às portas da Europa".
"Há, muitas vezes, tendência para o fechamento das culturas dentro de si próprias e estes prémios são um reconhecimento de abertura e de qualidade", sublinha.

Também o secretário regional do Turismo e Cultura, Eduardo Jesus, congratula-se com a distinção e sublinha o desafio do projeto dos tectos Mudéjares da Sé Catedral do Funchal.

"Tratava-se de uma intervenção delicada, intervenção essa com o peso de cinco séculos de História que o mesmo ali encerra e que, por isso, exigia da parte de todas as equipas o maior empenho, o maior rigor, a maior determinação", indica.

"Por isso, é com muita satisfação que o Governo Regional [da Madeira] acolhe esta notícia deste reconhecimento, que é, sem dúvida alguma, relevante para qualificar a intervenção mas, acima de tudo, para dar nota do que é a preocupação e a prioridade que existe na Madeira no que diz respeito à conservação do património edificado, neste caso património religioso", acrescenta.

A Renascença ouviu, igualmente, a líder da equipa de investigadores da Universidade de Évora, que estuda a pintura mural de Almada Negreiros. Milene Gil não esconde a satisfação pelo prémio.

"Nós estamos todos exultantes porque mostra que cada vez mais a investigação tem de ser aberta, tem de ser inclusiva, participativa e que nós, investigadores, temos que mostrar o que é que estamos a fazer, por que é que estamos a fazer e qual a sua importância. É um património do mundo, já transborda as fronteiras de Portugal e, por isso, estamos extraordinariamente contentes e isso impulsiona-nos a cada vez mais pensar noutras atividades e, até ao final do projeto iremos continuar sempre nesta linha", remata.

Já para a equipa do arqueólogo Cláudio Torres este é o "reconhecer do trabalho de uma vida".

Estes projetos portugueses estão entre 30 de 21 países este ano selecionados pela organização não-governamental Europa Nostra, anunciou o Centro Nacional de Cultura (CNC), representante português nesta entidade promotora dos galardões para o património europeu.

Os vencedores serão homenageados na cerimónia europeia de entrega dos prémios, que terá lugar no próximo dia 28 de setembro, no Palazzo del Cinema, em Veneza, Itália.

No decorrer do evento - que contará com a presença da cantora lírica Cecilia Bartoli, presidente da Europa Nostra, e Margaritis Schinas, vice-presidente da Comissão Europeia - serão anunciados os vencedores do Grande Prémio e do Prémio "Escolha do Público" (em votação "online"), escolhido entre os premiados deste ano, que receberão 10.000 euros cada.

[notícia atualizada às 17h58 de 13 de junho de 2023]

Comentários
Tem 1500 caracteres disponíveis
Todos os campos são de preenchimento obrigatório.

Termos e Condições Todos os comentários são mediados, pelo que a sua publicação pode demorar algum tempo. Os comentários enviados devem cumprir os critérios de publicação estabelecidos pela direcção de Informação da Renascença: não violar os princípios fundamentais dos Direitos do Homem; não ofender o bom nome de terceiros; não conter acusações sobre a vida privada de terceiros; não conter linguagem imprópria. Os comentários que desrespeitarem estes pontos não serão publicados.

Destaques V+