30 set, 2013 - 02:21
O primeiro-ministro italiano, Enrico Letta, vai apresentar na quarta-feira uma moção de confiança no Parlamento, após a decisão de Silvio Berlusconi de retirar os seus ministros do Governo.
"Avaliámos uma situação muito complicada e decidimos ir ao Parlamento o mais brevemente possível", explicou Letta numa emissão televisiva após uma entrevista com o Presidente italiano, Giorgio Napolitano.
"Tenho a intenção de governar a qualquer custo. Não pedirei confiança por três dias e para recomeçar como antes, mas para ir em frente e aplicar um programa. Senão, daí retirarei as devidas consequências", disse o chefe do Executivo.
Silvio Berlusconi, confrontado com uma provável expulsão próxima do Senado, depois da sua condenação a uma pena de prisão por fraude fiscal, pediu aos cinco ministros do seu partido, o Povo da Liberdade (PdL) para apresentarem a demissão.
Estas saídas consecutivas constituem "uma opção que mina um dos principais pilares da democracia, em virtude do qual uma minoria não pode fazer dissolver um parlamento pela sua própria demissão", argumentou Letta.
Perante esta situação, "um chefe de Governo não poder ficar indiferente, deve retirar conclusões", referiu. "Não posso prever o que vai acontecer", acrescentou Enrico Letta, que dirige um Governo de frágil coligação esquerda-direita.
"Honestamente, deixei de perceber o sentido das posições do PdL. O melhor é ir ao parlamento e apresentar a moção de confiança", sustentou, precisando que a votação incidirá sobre "o que é necessário fazer, a partir do colectivo orçamental, para que em 2014 sejam obtidos os resultados que penso estão ao nosso alcance".
O primeiro-ministro italiano excluiu a convocação de novas eleições agora, sem uma reforma prévia da lei eleitoral que conduziu a um impasse político, privando a Itália de uma maioria clara.