Emissão Renascença | Ouvir Online
A+ / A-

Protesto climático

Estudantes promovem ações contra os combustíveis fósseis

26 abr, 2023 - 12:41 • Lusa

De acordo com Teresa Núncio, porta-voz das ocupações pelo fim ao fóssil em Portugal, a ocupação de escolas e universidades manter-se-á até que 1.500 pessoas da sociedade civil se associem aos alunos para um protesto a 13 de maio no porto de Sines, "a maior entrada de gás fóssil no país".

A+ / A-

A luta pelo fim dos combustíveis fósseis reuniu esta quarta-feira um pequeno grupo de estudantes frente a uma escola secundária, em Faro, que vão promover durante duas semanas ações para mobilizar a comunidade.

O grupo esteve durante a manhã junto à entrada da Escola Secundária Tomás Cabreira numa ação de sensibilização com os estudantes, em que distribuíram panfletos e expuseram numa mesa cartazes onde se podia ler "Ocupar até mudar", "Fim ao fóssil" ou "Futuro verde.

Segundo Mourana Monteiro, ativista do movimento "Fim ao Fóssil: Ocupa!", as ações previstas, entre debates, palestras e rodas abertas, em que qualquer pessoa pode participar, culminam, a 8 de maio, com a ocupação da Escola Tomás Cabreira e da Universidade do Algarve (UALg).

"Hoje é o evento de lançamento, em que queremos dizer às pessoas, às comunidades, que não podemos continuar na normalidade e que é preciso uma disrupção para acabar com a destruição [do planeta]", disse à Lusa a aluna de mestrado em Neurociências Cognitivas e Neuropsicologia.

A ativista contou que o grupo foi impedido de afixar cartazes e promover ações dentro dos estabelecimentos, pelo que decidiram apelar à mobilização de estudantes fora da escola, disponibilizando um código QR com um formulário para quem se quiser inscrever para participar numa reunião preparatória.

De acordo com Teresa Núncio, porta-voz das ocupações pelo fim ao fóssil em Portugal, a ocupação de escolas e universidades manter-se-á até que 1.500 pessoas da sociedade civil se associem aos alunos para um protesto a 13 de maio no porto de Sines, "a maior entrada de gás fóssil no país".

Os jovens reclamam o fim dos combustíveis fósseis até 2030 e "eletricidade 100% renovável e acessível para todas as famílias até 2025".

Estudantes montam tendas na Faculdade de Psicologia da Universidade de Lisboa

Sete estudantes montaram esta quarta-feira tendas dentro da Faculdade de Psicologia da Universidade de Lisboa (FPUL), exigindo o fim ao combustível fóssil até 2030 e a eletricidade 100% renovável até 2025, numa ação simbólica contra a crise climática.

Estudantes voltam a partir de hoje a ocupar escolas e universidades para demonstrar que "a crise climática não é aceitável para o futuro de qualquer pessoa na sociedade", numa iniciativa do movimento "Fim ao Fóssil: Ocupa!".

De acordo com a porta-voz do núcleo da Faculdade de Psicologia e do Instituto de Educação (FPIE), do movimento "Fim ao Fóssil Ocupa!", Teresa Cintra, estas ocupações pretendem dar visibilidade à crise climática e angariar 1.500 pessoas para bloquear o terminal de gás natural liquefeito (GNL) do Porto de Sines em 13 de maio.

"[O nosso] objetivo é conseguir angariar 1.500 pessoas que se comprometeram a vir connosco na maior ação de desobediência civil que Portugal já viu que é parar o porto de gás em Sines", adiantou à Lusa Teresa Cintra.

Para a ativista climática, "a ação que decorre na FPUL é de disrupção" com apresentação de palestras em sala de aula.

"Os primeiros dias vão ser mais de palestras, vamos dar uma palestra numa aula, vamos apresentar as ocupas (...), falar sobre a crise climática, ter palestras sobre capitalismo versus crise climática, uma série de temas... e contamos ter outros projetos", indicou.

Teresa Cintra explicou que os ativistas climáticos contam continuar o protesto até o Governo aceder às suas reivindicações ou até conseguirem as 1.500 pessoas para participarem na ação da campanha Parar o Gás em Sines - que se podem inscrever na plataforma "online" Parar o Porto de Gás (https://pararogas.pt/).

"Isso vai acontecer, isso tem de acontecer. Nós estamos a visibilizar um conflito. As pessoas vão perceber que este é um problema que vai afetar toda a gente de forma inimaginável e que todas as pessoas vão perceber que se têm de juntar a nós, que quiserem garantir um futuro de qualidade", acrescentou.

As ocupações iniciam-se em Lisboa (Instituto Superior Técnico, faculdades de Letras e Psicologia da Universidade de Lisboa e Escola Secundária Dona Luísa de Gusmão) e Faro (Universidade de Faro e Escola Secundária Tomás Cabreira).

A iniciativa é acompanhada por manifestações no Liceu Camões, em Lisboa, na Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra e na Faculdade de Letras da Universidade do Porto, cujos estudantes prometem ocupar os estabelecimentos a partir de 2 de maio, a que se juntam os alunos das escolas Rainha Dona Leonor e António Arroio, ambas em Lisboa.

Comentários
Tem 1500 caracteres disponíveis
Todos os campos são de preenchimento obrigatório.

Termos e Condições Todos os comentários são mediados, pelo que a sua publicação pode demorar algum tempo. Os comentários enviados devem cumprir os critérios de publicação estabelecidos pela direcção de Informação da Renascença: não violar os princípios fundamentais dos Direitos do Homem; não ofender o bom nome de terceiros; não conter acusações sobre a vida privada de terceiros; não conter linguagem imprópria. Os comentários que desrespeitarem estes pontos não serão publicados.

  • Ah pois é!
    26 abr, 2023 Mundo Real 13:47
    Será que esses "ativistas" já pararam para pensar naquilo que reivindicam e de que forma isso afetaria a sua confortável existência? Deslocações só a pé ou bicicleta - regressar à tração animal não é uma opção - pois mesmo o carro elétrico tem baterias de lítio e exploração de lítio nem pensar. Ou seja, os smartphones topo de gama com que gostam de tirar selfies são para deitar fora. Incluam deixar de usar computadores portáteis, o que é ótimo atendendo as emissões que o universo digital provoca. Compras online, só carregadas às costas, e viagens maiores só de comboio ou então veleiros de volta aos oceanos. Depois, claro, é preciso alimentar as casas, aquecer os bairros, dar energia às cidades, tudo a partir de fontes renováveis - o que implica construir barragens que destroem ecossistemas, instalar painéis solares e aerogeradores que desfeiam a paisagem e afetam as espécies que por ali vivem. Ou seja, tudo isto é muito bonito no papel, mas quando toca a passar à pratica, ninguém quer largar a vidinha confortável que hoje tem.

Destaques V+