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Universidade de Coimbra cria novos materiais sustentáveis para aplicação na indústria automóvel

27 mar, 2023 - 12:53 • Olímpia Mairos

O responsável pelo projeto na FCTUC, adianta que “o principal objetivo deste projeto é desenvolver processos inovadores, tendo por base o uso de matérias-primas mais sustentáveis e de processos mais verdes e seguros, que permitam a obtenção de materiais plastificados com baixas emissões de compostos orgânicos voláteis, os chamados VOCs, que são responsáveis por aquilo a que, normalmente, associamos ao ‘cheiro a carro novo’”

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Uma equipa de investigadores do Departamento de Engenharia Química (DEQ) da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra (FCTUC) está a desenvolver novos produtos com baixas emissões de compostos orgânicos voláteis para aplicação na indústria automóvel.

Em comunicado, a academia explica que as atividades têm vindo a ser desenvolvidas no âmbito do projeto “DeVOC – Novos produtos plastificados funcionais, mais verdes e sustentáveis, à base de PVC, e com baixas emissões de compostos orgânicos voláteis (VOCs)”, liderado pela TMG Automotive em co-promoção com o Centro de Investigação em Engenharia dos Processos Químicos e dos Produtos da Floresta (CIEPQPF), do DEQ.

Hermínio Sousa, o responsável pelo projeto na FCTUC, adianta que “o principal objetivo deste projeto é desenvolver processos inovadores, tendo por base o uso de matérias-primas mais sustentáveis e de processos mais verdes e seguros, que permitam a obtenção de materiais plastificados com baixas emissões de compostos orgânicos voláteis, os chamados VOCs, que são responsáveis por aquilo a que, normalmente, associamos ao ‘cheiro a carro novo’”

Reduzir emissões em cerca de 25%

“O foco é reduzir o total destas emissões em cerca de 25%, bem como reduzir ao mínimo a emissão de certos VOCs específicos, que são considerados pela indústria e pelos consumidores como sendo os principais responsáveis por alguns dos odores mais indesejáveis e desagradáveis”, assinala o investigador.

De acordo com os investigadores que integram o projeto, “esta redução é perfeitamente justificada por questões relacionadas à perceção sensorial dos consumidores em termos dos odores emitidos e da qualidade do ar interior nos veículos automóveis”.

Não revelando muitos detalhes sobre as abordagens inovadoras utilizadas, os investigadores assinalam, no entanto, que os resultados obtidos são promissores.

“Neste momento, estamos a tratar de várias questões relacionadas com a proteção da propriedade industrial criada neste projeto. No entanto, podemos revelar que conseguimos obter reduções globais de emissões de VOCs que variam entre 10 a 40% e, em alguns compostos voláteis específicos, responsáveis pelos odores mais indesejáveis, estamos a conseguir também reduções muito significativas”, lê-se no comunicado enviado à Renascença.

“Os resultados estão já consolidados, tanto à escala laboratorial como à escala semi-piloto. Além disso, os mecanismos fundamentais associados a estes resultados estão a ser estudados por simulação molecular, o que é uma abordagem tipicamente inexplorada em projetos de cariz industrial”, acrescenta o documento.

Melhor qualidade do ar no interior dos veículos

Segundo a TMG Automotive, “o crescimento da indústria automobilística na Ásia tem impulsionado a procura por uma melhor qualidade do ar no interior dos veículos, sendo uma preocupação crescente e um verdadeiro desafio para este setor a emissão de VOCs pelos materiais poliméricos existentes no interior do veículo”.

As Original Equipment Manufacturers (OEMs) e os fabricantes de componentes, como a TMG, estão empenhadas em reduzir as emissões de VOCs e alcançar a neutralidade olfativa nos interiores dos automóveis, ao mesmo tempo que procuram uma maior sustentabilidade dos seus produtos.

“Para tal, estão a desenvolver novos processos produtivos e materiais baseados em matérias-primas de base natural e/ou com baixo impacto ambiental, com o objetivo de reduzir a Avaliação do Ciclo de Vida (ACV) dos materiais plastificados, para desta forma, promover a economia circular e proteger o meio ambiente”, adianta a academia.

O projeto, financiado pelo Programa Portugal 2020/COMPETE 2020 (Projetos em co-promoção SII&DT - I&D Empresarial), reflete e complementa uma longa e frutífera parceria estratégica entre a TMG Automotive e alguns dos investigadores do CIEPQPF da FCTUC nele envolvidos, nomeadamente Hermínio Sousa, Ana Dias, Pedro Simões e Maria da Graça Rasteiro.

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