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"Choca-me bastante". Ventura reage a afastamento do padre Mário Rui Pedras

23 mar, 2023 - 14:56 • Diogo Camilo

Padre afastado pelo Patriarcado de Lisboa por suspeitas de abuso é diretor espiritual e confessor do líder do Chega. Ventura garante que "justiça tem de ser aplicada para todos".

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O líder do Chega, André Ventura, confessou-se “chocado” pelo afastamento de funções do padre Mário Rui Pedras, um dos quatro padres afastados pelo Patriarcado de Lisboa por suspeitas de abusos.

“É sabido que o padre Mário Rui me é próximo. Casou-me, esteve comigo quando eu era estudante universitário, portanto é uma notícia que me choca bastante”, disse Ventura, acrescentando que, apesar de o “chocar particularmente”, não muda a sua visão em relação ao tema.

O deputado indica ainda que a proximidade com o padre, conhecido por ser seu diretor espiritual e confessor, não é justificação para não se fazer justiça.

“A justiça tem de ser aplicada e tem de ser aplicada para todos, seja em que circunstância for, seja com que proximidade for e seja quem seja”, apontou. “Nós em Direito aprendemos uma espécie de expressão, que é a ‘lei é dura mas é para cumprir'”.

Numa mensagem aos paroquianos das igrejas de São Nicolau e da Madalena, o padre Mário Rui Pedras deu a conhecer de que o seu nome constava na “lista de pessoas, vulgo abusadores”, que a Comissão Independente (CI) que estudou os abusos na Igreja entregou na Diocese de Lisboa.

No texto, a que a Renascença teve acesso, o sacerdote adianta que foi alvo de uma “denúncia anónima”, e que a notícia o chocou “profundamente”. “Nessa denúncia alguém refere ter sido vítima de abusos por mim perpetrados, os quais teriam ocorrido na década de 90, quando frequentava o 8º ano, num colégio da periferia de Lisboa”, revela ainda, assegurando que “essas imputações são totalmente falsas”.

“Nada. Uma denúncia anónima, falsa, caluniosa, sem qualquer elemento útil ou prestável para investigação”, escreve o sacerdote, que admite que “a calúnia” o deixa “numa situação delicada”, mas que tudo fará para repor a verdade, incluindo pela via judicial.

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  • Cecilia Xavier
    23 mar, 2023 Lisboa 17:34
    Se a vítima não indicou data, local, comportamentos concretos e testemunhas, como a Justiça pode investigar?? É de lamentar que existam pessoas que se aproveitam da abertura, honestidade e busca da verdade da Igreja para difamar um sacerdote. Esta é, se calhar, a razão do tempo que o Sr. Cardeal Patriarca demorou para afastar os sacerdotes que estão na lista... Que seja feita justiça!!! Padre Mário Rui, eu e os meus amigos estamos chocados e manifestamo-lhe a proximidade da nossa amizade e compreensão pelo seu sentimento de revolta, porque também nós estamos revoltados. Mas, a sua atitude de retidão e de "homem de Deus", através da aceitação incondicional à decisão do Sr. Cardeal Patriarca eleva-nos e eleva toda a Igreja. Tenha a certeza que o Amor de Deus está também por trás deste acontecimento. Só quem é de "ouro" suporta a queimadura do fogo e só o ouro sairá mais brilhante e mais precioso depois da passagem pelo fogo... Estamos consigo e asseguramos-lhe as nossas orações... Pedimos a Nossa SEnhora para o conformar neste momento da tribulação! Comoo diz o povo: "a verdade virá à tona"!!! Receba um grande abraço de nós que frequentamos a sua paróquia.

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