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Polémica com navio da Marinha. "O problema é de disciplina, não é de manutenção", diz Gouveia e Melo

15 mar, 2023 - 14:14 • Olímpia Mairos , Diogo Camilo

Em reação ao processo disciplinar a 13 militares que se recusaram a cumprir missão, Chefe do Estado-Maior da Armada diz que disciplina é a "cola essencial" das Forças Armadas e que, no dia em que a linha de comando é subvertida, elas deixam de existir.

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“Não há Forças Armadas sem disciplina”. Esta é a reação do Chefe do Estado-Maior da Armada, almirante Gouveia e Melo, à polémica com militares da Marinha, que se recusaram a embarcar no NRP Mondego para cumprir uma missão, invocando falta de condições de segurança.

Em declarações esta quarta-feira, o almirante diz que o tema está a ser analisado “com todo o detalhe”, mas deixou um aviso aos 13 militares que foram alvo de processo disciplinar.

A disciplina é a cola essencial das Forças Armadas. No dia em que formos indisciplinados, no dia em que não acreditarmos na linha de comando, no dia em que essa linha de comando é subvertida, ficamos sem Forças Armadas. Não há Forças Armadas, em nenhum país, sem disciplina”, afirmou, referindo que a defesa militar é “exigente” e “obriga a riscos e sacrifícios”.

Gouveia e Melo indica ainda que este é um “problema de disciplina”, não de manutenção. “Esta hierarquia não pode ser substituída por um grupo que começa a decidir se faz ou não faz as missões. Se não caímos no ridículo de, um dia, termos de fazer uma reunião geral antes de cada missão e, de braço no ar, votarmos se vamos ou não fazer a missão. É por isso que as Forças Armadas são altamente hierarquizadas”, adianta.

Mesmo querendo aguardar pelo fecho do processo, o almirante refere que acredita que a investigação “vai acabar rapidamente”, lembrando que o comandante do navio em questão é o “último responsável”.

“Temos de acreditar que há uma hierarquia de pessoas estruturadas, preparadas para exercer as suas funções”, indicou, acrescentando que o comandante do NRP Mondego não indicou que o navio “estava em risco” de cumprir a missão proposta.

No processo disciplinar a que foram alvo 13 militares, a Marinha considera que os operacionais não cumpriram os deveres militares, usurparam funções, competências e responsabilidades não inerentes aos respetivos postos e cargos.

A este acresce uma investigação da Polícia Judiciária Militar, dado que pode estar em causa matéria de âmbito criminal. A missão em questão passava pelo acompanhamento de um navio russo que passou ao largo da ilha de Porto Santo.

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  • Cidadao
    15 mar, 2023 Lisboa 18:06
    Isso é verdade. O Voluntariado terminou no dia em que se juntaram de livre vontade às Forças Armadas. a partir daí é seguir as orden e a hierarquia, salvo nos casos previstos no próprio regulamento militar desobedecer não é crime - o que não se verifica neste caso. Mas também não é menos verdade, que uma unidade naval sem substituto, está no ativo com 1 motor avariado, a meter água e com o 2º motor a ultrapassar em 2000 horas de funcionamento, a revisão programada. Isso também tem de ser levado em conta e tem de haver responsáveis.

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