06 mar, 2023 - 12:54 • Lusa
O Ministério Público (MP) revelou, esta segunda-feira, a realização de buscas na SAD do Santa Clara por suspeitas de alegada utilização ilegítima de dinheiro do clube, através de transferências para as contas de administradores. Informação entretanto confirmada pelo Santa Clara.
"Em causa estão factos suscetíveis de constituir a prática de crimes de branqueamento de capitais, participação económica em negócio, peculato e abuso de confiança", salientou o MP, em nota publicada na página oficial do Departamento Central de Investigação e Ação Penal (DCIAP).
Em comunicado no site oficial, o Santa Clara "confirma que decorrem nesta altura diligências por parte do Ministério Público nas instalações da sociedade anónima".
"Esta recolha de documentação está relacionada com atos de gestão de administrações anteriores", pode ler-se.
A SAD do Santa Clara garante que colaborou, "e assim sempre continuará a fazer", com a investigação das autoridades, e que continua a aguardar "pelo normal curso da Justiça".
As buscas foram efetuadas a residências em Ponta Delgada, nos Açores, assim como na Madeira e em vários pontos do território continental: Vila Nova de Famalicão, Moimenta da Beira, Espinho e Lisboa. Foram também alvo de buscas escritórios de advogados situados em Lisboa e nos Açores e três empresas açorianas.
No total, estão em curso seis buscas em Ponta Delgada e outras seis em diferentes locais de Portugal Continental e na Madeira, informa a Polícia Judiciária, em comunicado sobre a "Operação Milhafre".
"Entre outras factualidades, em causa
estão fluxos financeiros a crédito e a débito entre as contas da sociedade
desportiva com as de várias empresas e destas com contas bancárias sediadas em
paraísos fiscais, sem que haja justificação da origem e do destino desses
valores", lê-se na nota.
A Renascença pediu mais detalhes sobre a operação, mas a PGR remeteu para a nota oficial publicada no site do DCIAP.
[notícia atualizada às 16h32]