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Paulo Futre dá “visto gold” aos “charters de chineses” na II Liga. “Não fui um visionário”

27 jan, 2016 - 11:35 • João Carlos Malta

O ex-jogador colocou na boca dos portugueses a expressão “vão vir charters” de chineses. Agora que eles estão prestes a aterrar, Futre mantém a opinião de que é uma excelente opção comercial. E explica à Renascença a origem da ideia.

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O Governo de José Sócrates caíra no dia anterior vergado pela reprovação do PEC IV, Dias Ferreira não descolava nas sondagens para a presidência do Sporting e Paulo Futre quis “fazer ruído”, “ser falado”. Assim nasceu “o vão vir charters de chineses” que eternizou o craque nas redes sociais. Passados cinco anos, Pedro Proença, presidente da Liga de Clubes, deu razão ao ex-jogador e deverá trazer dez chineses para a Segunda Liga. Futre diz que será “óptimo” e “uma oportunidade única para fazer entrar capital”.

“Continuo a ter a mesma opinião de há uns anos, a China é um bom país e um mercado enorme não só para Portugal. Acho que vai entrar mais capital no futebol português e é um mercado incrível”, afirma Paulo Futre à Renascença .

O agora comentador desportivo diz que não teve razão antes do tempo: já na altura os indícios de que a China seria uma aposta vencedora para o futebol português estavam todos lá.

“Não fui um visionário”, diz. Mas explica o porquê da ideia com que brilhou na conferência de imprensa da candidatura de Dias Ferreira. Nakata, jogador japonês, fora contratado pelo Perugia do campeonato italiano e pouco depois transferido para o clube da capital, a AS Roma.

“Custou 20 milhões de euros, e não valia tanto, valia cinco ou seis [milhões]. Mas o valor era indicativo do que representava o mercado japonês e os direitos televisivos”, lembra. “A China estava ali ao lado, era um país muito maior e onde estava a rebentar o negócio do futebol”, recorda.

Foi só fazer as contas

Juntou um mais um e deu o mítico “19+1”. O “+1” era o jogador chinês. “O melhor jogador chinês”, dizia à época. E com ele, garantia Futre, num momento que gerou um vídeo com milhares de visualizações na internet, “vão vir ‘charters’”. Através desses aviões fretados, explicava, seriam cobradas comissões em restaurantes e museus. “Haverá um departamento só para este jogador”, prometia o director desportivo da lista encabeçada por Dias Ferreira.

Passados seis anos, Futre vê no acordo com a empresa chinesa Ledman uma oportunidade para “haver mais dinheiro para os clubes” e “mais qualidade”. “Assim podem contratar mais”, sublinha.

Mas a medida não pode retirar capacidade aos jovens portugueses que actuam nestes clubes de se afirmar? “Esse espaço já não há, sabemos como é que está o futebol português neste aspecto e o que acontece aos jovens. Não é por virem chineses que isso vai mudar. Se tem que vir algum de vez em quando, porque não?”, pergunta.

Futre relembrou à Renascença o episódio dos “charters” e escreve a história na primeira pessoa.

“Tinha caído o Governo do Sócrates quarta-feira. Era quinta-feira, nas sondagens estávamos muito atrás dos outros candidatos e para dar a conferência de imprensa tinha que fazer ruído e fiz o ruído que queria. Não conseguimos ganhar, mas pensei que mais tarde ou mais cedo o mercado chinês seria maravilhoso para Portugal e para os outros países”, remata Futre.

Comentários
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  • Futrebol
    27 jan, 2016 Montijo 17:59
    Ok, já não lhe basta vender viagras agora quer por os Chinocas (ainda mais) de olhos em bico! As falências obrigam-nos a fazer qualquer coisa...leve!
  • CGS
    27 jan, 2016 Seixal 13:34
    Só não contavas é que o teu motor de arranque gripasse e o do Smerding partisse!
  • desatina carreira
    27 jan, 2016 queluz 12:44
    Mais um inútil que estava falido e virou comentador

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