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Ciência

Novo antibiótico promete combater "superbactérias" resistentes

03 jan, 2024 - 19:02 • João Pedro Quesado

O novo fármaco pode vir a ser a base de um novo medicamento para combater uma das infeções hospitalares com mais impacto.

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Foi descoberto um novo antibiótico que pode ser capaz de combater uma das três bactérias mais resistentes a medicamentos. Os resultados das experiências dos investigadores da universidade de Harvard e da farmacêutica Roche foram publicados esta quarta-feira, na revista científica Nature.

O novo fármaco, zosurabalpin, conseguiu combater, em ensaios clínicos com ratos, variedades da bactéria ‘acinetobacter baumannii’ com resistência à classe de antibióticos carbapanemos, considerados de último recurso para tratar infeções graves. Segundo o “Público”, a bactéria é uma presença constante em surtos hospitalares.

Ao “The Guardian”, o especialista em microbiologia molecular no Imperial College London, Andrew Edwards, explicou que esta bactéria resistente a antibióticos é “uma causa significativa de infeções em hospitais, particularmente em pessoas que estão em ventiladores”. A resistência a múltiplos antibióticos torna o tratamento “muito difícil”.

O que o fármaco agora descoberto faz é impedir um processo de transportes de moléculas essenciais à bactéria, aumentando a toxicidade da célula de ‘acinetobacter baumannii’ e levando-a à morte.

Através deste processo, o fármaco zosurabalpin reduz os níveis da “superbactéria” em ratos com pneumonia provocada pela ‘acinetobacter baumannii’ resistente, e impediu a morte de ratos com sépsis provocada pela mesma bactéria.

Michael Lobritz, diretor global de doenças infeciosas na divisão de investigação e desenvolvimento da Roche que assina os dois artigos científicos publicados pelas duas equipas, considera que “esta é primeira vez” que é encontrado “algo que opera desta forma, pelo que é único na sua composição química e no mecanismo em ação”.

De acordo com o “Financial Times”, a natureza muito focada da ação química do zosurabalpin também pode significar que o fármaco é menos destrutivo para as necessárias bactérias intestinais do que os antibióticos tradicionais.

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