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“Tratar o cancro por tu”. Ipatimup quer explicar porque é que o cancro "não tem de ser tão assustador"

19 jan, 2023 - 07:00 • João Malheiro

A a segunda edição da iniciativa “Tratar o cancro por tu” quer ajudar as pessoas a ter um melhor conhecimento dos conceitos e das palavras relacionadas com a doença. O professor Sobrinho Simões diz, à Renascença, que o grande desafio é melhorar os cuidados de saúde e a prevenção.

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É um diagnóstico pesado e uma palavra com um grande impacto emocional. E é para desconstruir e provar que o cancro "não tem de ser tão assustador" que o Instituto de Patologia e Imunologia Molecular da Universidade do Porto (Ipatimup) volta a sair dos laboratórios e dos consultórios dos hospitais para falar com a população sobre os mais recentes avanços científicos e médicos na área.

De 19 de janeiro a 23 de março de 2023, a segunda edição da iniciativa “Tratar o cancro por tu” vai passar por seis capitais de distrito, levando consigo alguns dos melhores especialistas locais e do Ipatimup.

À Renascença, o professor Sobrinho Simões, do Ipatimup, explica que "a própria palavra cancro é um nome infeliz".

"Estamos a usar cada vez mais tumor ou o termo neoplasia. Uma neoplasia que é pouco maligna não deve ser dita como cancro. São neoplasias em que ou curamos ou controlamos. Não tem de ser tão definitivo e tão assustador", refere.

A segunda edição da iniciativa vai debruçar-se, em particular, a tumores pediátricos, "já que muita gente tem receio" destes casos.

"Os resultados no tratamento são bons, é melhor que um adulto", afirma.

"É muito importante que as famílias saibam se há um risco hereditário e passar a ter uma prevenção mais adequada. E é preciso saber que a maioria das crianças, felizmente, vão sobreviver", acrescenta, ainda.

O especialista indica que os diagnósticos de cancro estão a aumentar a cada ano em Portugal, "mas estamos a diminuir a mortalidade", tratando-se de uma melhoria que considera "estupenda".

Mesmo assim, estas doenças vieram para ficar. O professor do Ipatimup aponta que o número de casos "vão continuar a aumentar sempre". A razão? O aumento do tempo de vida.

"Cada vez temos mais pessoas muito velhas. Quando temos pessoas cada vez mais velhas, quando aumentamos a duração da vida, aumentamos o risco de haver mais neoplasias", afirma.

O desafio, considera, é melhorar os cuidados deste tipo de condições e, especialmente, "os cuidados de saúde e a prevenção".

E, por isso mesmo, é preciso haver "cada vez mais um conhecimento dos conceitos e das palavras", o que leva ao Instituto de Patologia e Imunologia Molecular sair à rua para falar com as pessoas, a começar já esta quinta-feira, no Porto.

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