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Operação Vórtex

Autarca de Espinho suspeito de corrupção renuncia ao mandato

12 jan, 2023 - 13:45 • Diogo Camilo

Miguel Reis encontra-se detido desde terça-feira, sendo um dos cinco arguidos da Operação Vórtex. Socialista abandona também funções na Comissão Nacional do PS.

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O presidente da Câmara de Espinho, Miguel Reis, renunciou ao mandato autárquico, avançou o próprio no Facebook.

"Na sequência das diligências efetuadas no âmbito da Operação Vórtex, tomei, de livre e espontânea vontade, a decisão de renunciar, com efeitos imediatos, ao mandato para o qual fui eleito na Câmara Municipal de Espinho", escreveu, indicando que abandona também funções nas instituições ligadas à autarquia e no Partido Socialista.

O autarca encontra-se detido desde terça-feira por suspeitas de corrupção, sendo um dos cinco arguidos do caso, no âmbito da Operação Vórtex da Polícia Judiciária.

Miguel Reis, arquiteto de 45 anos, era membro da Comissão Nacional do PS e chegou à presidência da Câmara Municipal de Espinho nas eleições autárquicas de 2021. Diz que toma a decisão de "consciência absolutamente tranquila", reiterando "de forma inequívoca" a sua inocência.

O agora ex-autarca de Espinho condena ainda a notícia avançada esta quinta-feira de que a Polícia Judiciária fotografou entregas de dinheiro vivo envolvendo Miguel Reis, que terá sido vigiado, escutado e apanhado com empresários por investigadores da PJ, dizendo sentir "particular repulsa" pela manchete do "Correio da Manhã".

Na base da sua decisão, Miguel Reis diz querer "resguardar a família" da exposição mediática e salvaguardar o funcionamento da autarquia de Espinho, mostrando-se "disponível para colaborar de forma ativa com as autoridades no apuramento dos factos e da plena extensão e alcance desta investigação", confiando que "a verdade será integralmente restituída".

Operação Vórtex. De que está acusado Miguel Reis?

Em causa estão licenças camarárias para a construção de diversos empreendimentos hoteleiros e de habitação naquele concelho, com as autoridades a suspeitarem que algumas decisões da autarquia terão sido tomadas com base nos crimes de corrupção, prevaricação, abuso de poder, e tráfico de influências.

O Ministério Público acredita que os próprios presidentes de câmara, o atual e o anterior, terão beneficiado de um esquema já com alguns anos, que passa por uma construtora, um arquiteto, e um empresário imobiliário.

Ainda de acordo com a investigação, o elo de ligação entre a câmara e esses empresários - que lucraram milhões de euros - seria alegadamente o chefe de Divisão do Urbanismo da Câmara Municipal de Espinho, também detido esta terça-feira.

A investigação do DIAP Regional do Porto começou em 2020 e teve origem em informações que constavam de vários outros inquéritos em curso.

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