Emissão Renascença | Ouvir Online
A+ / A-

Reportagem

Greve de professores. Mega agrupamento de escolas em Sintra sem aulas desde início da semana

12 jan, 2023 - 10:46 • João Cunha

Hoje não há aulas na maior parte das escolas do mega agrupamento Monte da Lua, em Sintra. As escolas estão abertas, mas não há atividade letiva. Tal como não houve durante a semana. Ao todo, são onze escolas, com mais de 300 professores e cerca de 3.500 alunos, desde o básico ao ensino noturno.

A+ / A-

Mais um dia sem aulas no agrupamento de escolas Monte da Lua, em Sintra. Na manhã desta quinta-feira, à hora prevista, professores, assistentes operacionais e alguns alunos - poucos - fizeram um cordão humano que se estendeu por várias ruas próximas da escola sede de agrupamento, a Secundária Santa Maria.

De cartazes em punho, em que se pedia, na maioria, a contagem integral do tempo de serviço e o respeito pelos profissionais do setor, mais de 150 docentes de várias escolas do agrupamento juntaram-se no protesto, pelo meio do qual se ouviam palavras de ordem como “Escola a lutar também está a ensinar" ou "Costa, escuta, a escola está em luta".

Foto: João Cunha/RR
Foto: João Cunha/RR
Foto: João Cunha/RR
Foto: João Cunha/RR
Foto: João Cunha/RR
Foto: João Cunha/RR
Foto: João Cunha/RR
Foto: João Cunha/RR

A assistir, do outro lado da rua, estavam dezenas de alunos que por estes dias, têm ido à escola para perceber que, afinal, ainda não vão ter aulas. Alguns mostram-se preocupados, como Constança Brito, aluna do 12º ano.

"Porque nós saimos um bocado prejudicados. Tinhamos momentos de avaliação e não vamos ter. E precisávamos dessas notas para a média", lamenta, sem saber muito bem como será possível retomar o programa de ensino sem prejudicar os alunos.

Ao lado de Costança, um colega de turma, que vai acenando que sim com a cabeça, ao mesmo tempo que esfrega as mãos uma na outra, geladas devido ao frio que se faz sentir.

"Compreendo perfeitamente o protesto dos professores e acho que em qualquer greve, há sempre vitimas". Cristina Simões, encarregada de educação.

Na rua frente à escola, sem saída, entra um carro que dá meia volta no topo da rua e pára para que do interior saia uma jovem, também aluna do 12º ano. A mãe, Cristina Simões, mostra-se "completamente solidária" com o protesto.

"Sou completamente solidária. Compreendo perfeitamente o protesto dos professores e acho que em qualquer greve, há sempre vitimas. Há impacto para todos: eu, por exemplo, estou à espera para saber se levo a minha filha para casa. E para os filhos também há impacto, porque os testes desta semana vão acumular com os da semana que vem", explica, sublinhando contudo que "a greve é isto mesmo".

Atarefada a controlar o cordão humano, que entretanto já está a caminho de uma outra escola próxima, a Básica da Portela de Sintra, está Isabel Rezende, uma das professoras do agrupamento.

É a porta-voz destes professores, e por eles, reage à sugestão da CONFAP - a Confederação das Associações de Pais - que gostava de ver serviços mínimos nas greves de professores e de assistentes operacionais.

"Não é demais dizer que a greve é um direito. E se enquadrarmos a necessidade dos pais de serviços mínimos como uma espécie de depósito em que os pais deixam as crianças, secalhar não é o que querem. O que querem é um ensino de qualidade, uma escola publica com professores valorizados e que respondam às verdadeiras necessidades da educação".

Saiba Mais
Comentários
Tem 1500 caracteres disponíveis
Todos os campos são de preenchimento obrigatório.

Termos e Condições Todos os comentários são mediados, pelo que a sua publicação pode demorar algum tempo. Os comentários enviados devem cumprir os critérios de publicação estabelecidos pela direcção de Informação da Renascença: não violar os princípios fundamentais dos Direitos do Homem; não ofender o bom nome de terceiros; não conter acusações sobre a vida privada de terceiros; não conter linguagem imprópria. Os comentários que desrespeitarem estes pontos não serão publicados.

  • Ângela Martins
    13 jan, 2023 Sintra 23:03
    Concordo e apoio a manifestação dos professores, só não concordo porhaver alunos à espera de fazer os últimos testes do 1o semestre para levantar notas e não poderem fazer os testes ,tamanha decepção para quem leva dias e dias a estudar....A frustração e desânimo dos nossos educandos....

Destaques V+