Emissão Renascença | Ouvir Online
A+ / A-

Contratação direta de médicos por hospitais. Bastonário diz que “não é solução"

11 jan, 2023 - 15:40 • Isabel Pacheco , Rosário Silva

Sobre a criação de Unidades de Saúde Familiar modelo C temporárias para responder à falta de médicos de família, Miguel Guimarães aplaude a medida desde que, seja garantida estabilidade aos profissionais.

A+ / A-

O bastonário da Ordem dos Médicos (OE) considera que a contratação de médicos pelos próprios hospitais públicos, anunciada esta quarta-feira pelo ministro da Saúde, não é “uma solução “aceitável”.

Miguel Guimarães, que falava aos jornalistas no decorrer de uma visita ao Hospital de Braga, chama a atenção para uma decisão que pode colocar em causa a carreira dos profissionais de saúde.

“Este tipo de contratação [direta] que foi feita agora, que seria uma contratação excecional, que foi prevista, por exemplo, durante o tempo da pandemia, não me parece que seja uma solução aceitável, porque estamos a colocar de lado aquilo que é o currículo das pessoas, o mérito e a própria qualidade”, referiu o bastonário.

Esta quarta-feira, Manuel Pizarro disse aos jornalistas que os concursos institucionais vão regressar no segundo trimestre deste ano. Miguel Guimarães tem dúvidas sobre a legalidade da medida. “Sou a favor de concursos plurianuais que podem ser nacionais institucionais ou que podem ser nacionais nos moldes que existem atualmente”, começou por dizer.

Porém, “qualquer concurso em que a pessoa está a concorrer, em que vai ter uma avaliação e vai ocupar um lugar na função pública e com isso entra dentro da carreira, tenho dúvidas se as contratações diretas podem entrar dentro da carreira”, sublinhou.

Já sobre a criação de Unidades de Saúde Familiar (USF) modelo C temporárias para responder à falta de médicos de família, Miguel Guimarães aplaude a medida desde que, seja garantida estabilidade aos profissionais.

“Se forem constituídas as USF modelo C, elas têm que ser constituídas com alguma estabilidade.”

“Se eu digo a um grupo de médicos que vão formar uma USF modelo C, vão ter uma determinada lista de utentes e passado um ano essa USF acaba, e eles fizeram um esforço, saindo cada um da sua área para trabalharem em conjunto, é obvio que isto não dá estabilidade”, argumentou.

O bastonário da OM considera, por isso, que “a estabilidade implica um tempo mínimo para as pessoas poderem dar este contributo”.

Comentários
Tem 1500 caracteres disponíveis
Todos os campos são de preenchimento obrigatório.

Termos e Condições Todos os comentários são mediados, pelo que a sua publicação pode demorar algum tempo. Os comentários enviados devem cumprir os critérios de publicação estabelecidos pela direcção de Informação da Renascença: não violar os princípios fundamentais dos Direitos do Homem; não ofender o bom nome de terceiros; não conter acusações sobre a vida privada de terceiros; não conter linguagem imprópria. Os comentários que desrespeitarem estes pontos não serão publicados.

Destaques V+