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Costa diz ser “falso" que câmaras passem a contratar professores

10 jan, 2023 - 14:01 • Lusa

António Costa diz os protestos dos professores resultam de “muito erro de perceção” e garante que as autarquias não vão passar a contratar docentes.

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O primeiro-ministro disse, esta terça-feira, em Benavente ser "absolutamente falso" que os municípios vão passar a contratar professores e que não vai ser cumprida a lista de graduação nas contratações.

Confrontado à saída da apresentação de um projeto para produção de hidrogénio verde numa unidade em Benavente (Santarém) com uma manifestação de meia centena de professores, António Costa disse aos jornalistas que o Governo vai continuar a negociar com os sindicatos, lembrando que, para dia 18, o Ministério da Educação tem reuniões marcadas para a terceira ronda de negociações.

Para o chefe do Governo, os protestos dos professores resultam de "muito erro de perceção", porventura de uma comunicação que "não tem sido totalmente direta" e de "uma contrainformação grande através da rede "WhatsApp´, dizendo que os presidentes de câmara é que passavam a contratar os professores, que é absolutamente mentira".

António Costa acrescentou às motivações da contestação a acumulação, "durante muitos anos, de um conjunto grande de motivos de insatisfação".

"Não há municipalização. Isso é confusão total. É absolutamente falso. Admito que tenha resultado da confusão do facto de estarmos a negociar o processo de descentralização e o modelo de contratação de professores, mas são modelos completamente distintos", declarou.

Segundo o primeiro-ministro, o Governo está a descentralizar para as câmaras municipais a possibilidade de passarem a fazer nos 2.º e 3.º ciclos e no secundário "aquilo que já fazem no 1.º ciclo e no ensino pré-escolar, que tem a ver, designadamente, com a gestão das instalações e o pessoal não docente".

"Quanto ao pessoal docente não há nenhuma competência a transferir para as câmaras. Isso é uma falsidade total", acrescentou.

Por outro lado, o primeiro-ministro assegurou que os concursos terão sempre por base a lista nacional de graduação, passando a ser dada a "oportunidade" aos agrupamentos de escolas para contratarem professores que preencham horários que ficam vagos.

"Para tornar mais fácil essas contratações, temos vindo a flexibilizar", disse, dando o exemplo da possibilidade de a mesma pessoa ter horário completo lecionando em várias escolas.

Para António Costa, é essencial mudar um modelo que concurso que faz com que os professores andem "anos e anos com a casa às costas" até se vincularem, passando a permitir que só saiam "se e quando desejarem sair, e não serem obrigados a sair".

Um grupo de professores concentrou-se no exterior da Fusion Fuel, na Zona Industrital Vale Tripeiro, em Benavente, exibindo cartazes e gritando palavras de ordem como "Costa, escuta, os professores estão em luta", "Respeito!", "escola pública" ou "professores a lutar também estão a ensinar".

Comentários
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  • Ex-professor
    11 jan, 2023 Felizmente 10:54
    As reivindicações não se limitam à alteração da colocação de docentes, e o PM mais o Ministro da Educação andam mal avisados se acham que indo para a reunião com cedências na questão dos professores serem distribuídos pelos diretores, isso termina os protestos. Então e a recuperação do Tempo de serviço congelado, que quase todas as classes profissionais já tiveram, assim como os professores dos Açores e da Madeira, só no continente é que isso não se efetuou? Então e o término das quotas de avaliação que faz com que havendo N "Muito bons", alguns tenha de ser baixados para "Bom"? Então e o fim dos constrangimentos na progressão da carreira ou sejam o numerus clausus, vulgo as quotas de acesso aos 5.º e 7.º escalões que mantêm milhares de professores em escalões baixos quando deviam ter progredido há anos? Há muito mais coisas em cima da mesa e espero que os Sindicatos não vão na cantiga de aceitar um calendário negocial espaçado o suficiente para diluir a união que existe agora.
  • Digo
    10 jan, 2023 Eu 17:45
    É falso agora, que a união nunca vista de sindicatos da Educação e o surto grevista que daí adveio, fêz o ministro e o governo recuarem. Continuassem os sindicatos com uma luta tipo, abaixo-assinados, vigílias, cordões humanos, greves de 1 dia de 3 em 3 meses e a habitual manifestação de sábado à tarde, a ver se a contratação de professores não passava para as autarquias e para o tal colégio de diretores ... É melhor ceder nisto agora, que depois ter de ceder nisto e na devolução do tempo de serviço e na eliminação das quotas de progressão aos 5.º e 7.º escalões que muito jeito têm dado para poupar umas "lecas" ao governo ...
  • Falácia Falácia
    10 jan, 2023 Aldra 15:37
    Os professores sabem interpretar tanto textos, como discursos. Sabemos bem o que lemos e ouvimos vindo do ministro da tutela. Não pense que nos dá a volta, como faz com a generalidade das pessoas, com a sua retórica e torrentes de propaganda de comício, Primeiro-ministro. Estava lá tudo, é só ir ver e ouvir as conferências de João Costa. E isso só não foi adiante, devido a greves "não-fofinhas" lançadas pelo sindicato não alinhado STOP, que "obrigou" os sindicatos do sistema a deixarem de lado as lutas fofinhas habituais, e a virem também a terreiro. E o governo atemorizou-se de além da questão da colocação de professores ser feita pelos Diretores, como queria embora agora diga que não, outros casos como as quotas dos 5. e 7.º escalões, a recuperação do tempo de serviço, a vinculação de professores há 20 anos no 1.º escalão, vir à baila. Então prefere ceder em algo que não custa dinheiro e mesmo assim mascarado de "erros de palavras e percepção divulgados nas redes sociais" , a ter de discutir os multiplos problemas da carreira docente. Não vai é ter sorte nenhuma. Se os professores nos açores e Madeira já recuperaram esse tempo de serviço assim como outras classes profissionais, os professores do Continente não podem ser marginalizados, só porque isso custa dinheiro e o governo quer que esse dinheiro vá para a TAP, CP, Parcerias publico-privadas rodóviarias, Banca e indemnizações e salários milionários de ex-jotinhas
  • Mário Rodrigues
    10 jan, 2023 Leiria 15:26
    E isto também é falso' - Exames Nacionais só a algumas disciplinas e para acesso à universidade; - Provas globais facílimas, sem contarem para a avaliação, a pouquíssimas disciplinas, para enganar os pais; - Programas TODOS revogados, substituídos por "aprendizagens essenciais" (fraude para todos passarem); - Testes quase suprimidos. O Sr. João Costa é seguidor da moderníssima pedagogice: Fim da avaliação e do curriculo; - Passagem, materialmente, obrigatória: a avaliação é uma mera formalidade, fraudulenta.

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