Emissão Renascença | Ouvir Online
A+ / A-

Mais “equidade” entre os portugueses. Diretor executivo do SNS quer reduzir espera para consultas e cirurgias

12 dez, 2022 - 16:48 • Susana Madureira Martins , Rosário Silva

Na apresentação da direção executiva do SNS, o ministro da Saúde aproveitou para revelar que mais de 2,8 milhões de portugueses já fizeram o reforço da vacina para a Covid-19, esperando que esse número aumente para os três milhões, até ao Natal.

A+ / A-

O diretor-executivo do Serviço Nacional de Saúde (SNS) aponta como uma das prioridades do seu trabalho, a redução dos tempos de espera para consultas e cirurgias.

Fernando Araújo falava no ato público de apresentação da direção executiva do SNS, uma cerimónia presidida pelo primeiro-ministro, António Costa, em que marcou também presença o ministro da Saúde, Manuel Pizarro.

“Temos que conseguir reduzir o tempo de espera e conseguir aumentar a capacidade de resolução. Trata-se de uma estratégia que promove a equidade entre os portugueses e protege os mais frágeis e que vamos de forma obstinada perseguir”, garantiu o responsável que elege também a “prevenção” como prioridade para acabar com situações que não são toleráveis nos dias de hoje.

“Não podemos, por exemplo, continuar a insistir na redução do tempo de resposta para as cirurgias para a obesidade ou a questionar o alargamento da disponibilidade a diabéticos de bombas de insulina ou ainda a aprovar novos antidiabéticos orais com custos muito elevados, quando, ao mesmo tempo, não valorizamos a promoção da saúde através de medidas simples e económicas que visam a alimentação saudável ou a promoção da atividade física”, observou o médico.

No seu discurso, o diretor executivo do SNS garantiu igualmente que pretende acabar com a burocracia que rouba tempo aos médicos.

“Terminar com processos que não trazem qualquer valor e infernizam a vida dos utentes e dos profissionais e terminar com uma sociedade demasiado administrativa que para tudo precisa de um papel e no nosso caso emitido por um médico de família”, afirmou.

Para Fernando Araújo, é não é exequível que “nesta fase de infeções respiratórias, os médicos de família passem um terço do tempo a emitir certificados de incapacidade temporária para períodos inferiores a três dias, apenas para justificar o acesso ao trabalho ou à escola”.

“Queremos terminar com este trabalho”, sublinha, “que não tem qualquer mais-valia para a sociedade, abrindo espaço e tempo para os profissionais de saúde atenderem os seus doentes”.

Por outro lado, o diretor-executivo do SNS defendeu que os cerca de 150 mil profissionais que trabalham no SNS têm de ser valorizados, dando-lhes condições para poderem progredir e conseguirem “equilibrar a vida profissional com a vida familiar”.

“O que se pretende realmente com a questão da direção executiva do SNS, que é certamente a maior revolução no SNS desde a sua criação, é tornar o SNS mais inclusivo, mais justo, mais próximo, com mais acesso, mais eficiente e que os utentes e os profissionais confiem. Este é o SNS em que eu acredito”, destacou o médico.

“Não esperamos soluções mágicas, mas um trabalho de responsabilização”

Palavras corroboradas pelo ministro da Saúde, nesta sessão que decorreu no Infarmed, em Lisboa. Manuel Pizarro reconhece que deposita expetativas na equipa da direção executiva, mas alerta que é necessário fazer diferente.

“Se fizermos exatamente igual ao que temos feito sempre, é mais provável que obtenhamos sempre o mesmo resultado e o mesmo resultado, ano após ano, torna difícil a sustentabilidade do SNS que o país tanto necessita”, argumentou.

O ministro da Saúde disse ainda não esperar “que haja soluções mágicas”, não atribuindo, por isso, à direção executiva, “mais do que aquilo que é justo atribuir”.

“A verdade é que depositamos nesta direção executiva a expetativa de que seja construído um caminho de trabalho, de maior convergência de forças, de responsabilização, de pontes, de prestação de contas e de mais gestão de contas, pois todos reconhecemos que isso é bem necessário”, lembrou Manuel Pizarro.

A ocasião foi ainda aproveitada pelo governante para anunciar que até agora, “quase 2,8 milhões de portugueses já fizeram o reforço da vacina da Covid-19”, e que o objetivo do Governo, “é chegar ao Natal com três milhões de pessoas vacinadas”.

“Acho que é claro que nós somos o país da Europa mais avançado no programa de vacinação e esse é mais um êxito do SNS e dos seus profissionais de saúde”, rematou Pizarro.

Saiba Mais
Comentários
Tem 1500 caracteres disponíveis
Todos os campos são de preenchimento obrigatório.

Termos e Condições Todos os comentários são mediados, pelo que a sua publicação pode demorar algum tempo. Os comentários enviados devem cumprir os critérios de publicação estabelecidos pela direcção de Informação da Renascença: não violar os princípios fundamentais dos Direitos do Homem; não ofender o bom nome de terceiros; não conter acusações sobre a vida privada de terceiros; não conter linguagem imprópria. Os comentários que desrespeitarem estes pontos não serão publicados.

Destaques V+