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Crise social

Há cada vez mais famílias a pedir apoio às misericórdias, alerta Manuel Lemos

22 nov, 2022 - 20:14 • Lusa

Aumento dos pedidos de apoio por famílias “ainda não é generalizado, mas em alguns sítios já começa a haver sinais, como por exemplo o Barreiro ou o Algarve", reconhece o presidente da União das Misericórdias Portuguesas.

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O presidente da União das Misericórdias Portuguesas (UMP), Manuel Lemos, reconheceu esta terça-feira que o aumento dos pedidos de apoio de famílias a estas instituições sociais devido à crise "já se começa a notar” em algumas regiões.

O aumento dos pedidos de apoio por famílias “ainda não é generalizado, mas em alguns sítios já começa a haver sinais, como por exemplo o Barreiro ou o Algarve, regiões onde isso se começa a notar”, disse Manuel Lemos à Lusa em Ourique, no distrito de Beja, à margem de uma visita que está a realizar, esta terça e quarta-feira, a algumas misericórdias da região.

Segundo Manuel Lemos, a inflação e o aumento dos custos com energia e combustíveis "estão a causar muitos, muitos problemas” no setor social, antevendo que este ano se venha a registar “um número recorde de instituições [sociais] com resultados negativos se o Governo, até lá, não tomar medidas”.

O presidente da UMP defendeu que seja concedido “um apoio extraordinário” às instituições sociais, “que são a grande ‘almofada social’ que está no terreno”.

Manuel Lemos elogiou o anúncio do Governo de taxar os lucros excessivos das empresas dos setores da energia e da distribuição alimentar, receita que será destinada à população mais vulnerável, através das entidades do setor social.

“É obviamente uma medida muito boa, que aliás outros países da Europa já tomaram”, afirmou.

Em declarações à Lusa, o provedor da Santa Casa da Misericórdia de Ourique, José Raul Santos, confirmou que estas entidades atravessam “um período difícil”, devido aos aumentos da inflação e dos custos com combustíveis e energia.

“Até 30 de setembro tivemos um aumento nos custos com energia de 42%, na ordem dos 13 mil euros, e ainda nos falta apurar os meses de outubro, novembro e dezembro. Isto é impensável”, disse.

Um quadro que levou o provedor da misericórdia alentejana a pedir “uma resposta muito clara e objetiva” do Governo, para fazer face ao que pode vir a ser "um descalabro".

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