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MAI ordena inquérito a publicações nas redes sociais de elementos da PSP e da GNR

16 nov, 2022 - 21:49 • Redação com Lusa

Em causa está a reportagem "Quando o ódio veste farda" que dá conta de quase 600 polícias e militares da GNR que, em grupos secretos nas redes sociais, apelam à violência contra alegados criminosos, contra políticos, jornalistas e figuras públicas.

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O ministro da Administração Interna determinou à Inspeção-Geral da Administração Interna (IGAI) a abertura imediata de um inquérito aos indícios sugeridos por uma investigação jornalística sobre o discurso de ódio na PSP e na GNR.

Foi determinada "a abertura de inquérito, imediato, para apuramento da veracidade dos indícios contidos nas notícias de hoje sobre a alegada publicação, por agentes das forças de segurança, de mensagens nas redes sociais com conteúdo discriminatório, incitadoras de ódio e violência contra determinadas pessoas", revela nota enviada à redação.

Em comunicado, o ministro José Luís Carneiro considera que “estas alegadas mensagens, que incluem juízos ofensivos da honra ou consideração de determinadas pessoas, são de extrema gravidade e justificam o caráter prioritário do inquérito agora determinado à IGAI”.

Em causa está uma grande reportagem, dividida em dois episódios, transmitida pela SIC, da autoria da Rede de Jornalistas de Investigação, o primeiro consórcio português de jornalismo de investigação.

O trabalho jornalístico intitulado “Quando o ódio veste farda” dá conta de quase 600 polícias e militares da GNR que foram apanhados numa rede onde apelam à violência contra alegados criminosos, contra políticos, jornalistas e figuras públicas.

No trabalho são apresentados diversos casos de publicações como: "Procura-se 'sniper' com experiência em ministros e presidentes, políticos corruptos e gestores danosos", diz o texto sobre a imagem do cano de uma espingarda que um militar da GNR de Vendas Novas publicado no Facebook.

Segundo a mesma investigação, todos os agentes e militares da PSP e da GNR que escreveram estas frases nas redes sociais estão no ativo.

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  • José J C Cruz Pinto
    17 nov, 2022 ILHAVO 04:32
    Muito bem! Vamos é agora ver se, caso se confirmem os indícios, vai toda essa cambada de criminosos ser expulsa da respectiva corporação, e varridos os outros criminosos que os instigam e lhes dão guarida política.
  • José Costa
    16 nov, 2022 Almada 22:19
    É óbvio que lamento muito que existam situações deste cariz. O apuramento das situações é importante e necessário, pois que a dignidade de quem tem por missão a defesa da sociedade de que faz parte, não pode nem deve a título algum ser posta em causa. Mas o "joio" existe e tudo fazer para que seja expurgado, sei que está sempre em evidência nas mentes de quem superintende o comando das respectivas Instituições. Mas aflora-me a pergunta: como e porquê isto está a acontecer? Será que os agentes que têm de executar as múltiplas funções de prevenção, regulação e até repressão dos desmandos de certas gentes quando não só desrespeitam os agentes em suas funções, como ainda, quantas vezes, actuando com os escassos meios de que dispõem acabam por ser agredidos, quando não mortos até, e não se sentem apoiados com os meios e modo adequados para o desempenho de suas funções. Isto para não abordar até a lassidão dos normativos que regulamentam a forma como devem ser apoiados e protegidos?

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