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Discursos de ódio de elementos das autoridades podem passar a "atos intimidatórios", avisa Amnistia Internacional

17 nov, 2022 - 00:36 • João Malheiro

Sobre os relatos conhecidos esta quarta-feira, Pedro Neto diz à Renascença que "algumas destas revelações são casos conhecidos e documentados e que é preciso perceber se houve consequências ou não".

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O diretor executivo da Amnistia Internacional Portugal alerta que o discurso de ódio de elementos das forças de segurança podem passar a "atos intimidatórios" e que não está surpreendido com a grande reportagem, dividida em dois episódios, que vai ser transmitida pela SIC, da autoria da Rede de Jornalistas de Investigação, o primeiro consórcio português de jornalismo de investigação.

O trabalho jornalístico intitulado “Quando o ódio veste farda” dá conta de quase 600 polícias e militares da GNR que foram apanhados numa rede onde apelam à violência contra alegados criminosos, contra políticos, jornalistas e figuras públicas.

Sobre os relatos, Pedro Neto diz à Renascença que "algumas destas revelações são casos conhecidos e documentados e que é preciso perceber se houve consequências ou não".

O ministro da Administração Interna determinou à Inspeção-Geral da Administração Interna (IGAI) a abertura imediata de um inquérito aos indícios sugeridos por uma investigação jornalística sobre o discurso de ódio na PSP e na GNR.

O diretor da Amnistia Internacional Portugal afirma que "há vários graus de inspeção e é preciso perceber se estão a funcionar ou não".

"Pessoas que sejam extremistas, que incitem ao ódio, não podem ser agentes da autoridade a representar o Estado", defende.

Pedro Neto pede também que, se a legislação para instalar "bodycams" avance, que seja bem ponderada e ajustada.

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  • Desabafo Assim
    17 nov, 2022 Porto 08:46
    O que aqui está escrito já eu tinha conhecimento há bastante tempo e alerto para as entidades que mantenham a mesma posição até ao momento seguidas, o silêncio. Alguém tem que pagar a "benevolência" dos juízes quando julgam um sujeito tendo na mão a carta dos direitos do ser humano, a sua recuperação e acima de tudo as suas condições, em suma, uma esperança de que a lição lhe sirva para reorganizar a sua vidinha mais que a certeza do castigo ser a única emenda possível. O suicídio nas forças de segurança existe, é um facto, não se pode passar uma esponja nem fazer como a avestruz, ele está neste momento ativo, é extremamente violento o desempenho desta profissão, ser constantemente confrontado com alguns indivíduos que riem na sua cara, audazes em utilizar as leis em seu favor, é violento. Factos, hoje são tempos diferentes, mais que desabafos nas redes sociais factos, coisas onde esses agentes pisaram ou passaram a linha, isso sim são notícia e situações a corrigir e não conversada de travesseiro, íntimas de quem está sujeito a levar um tiro na cara. Choca-os, a conversa, não queiram saber, não leiam. Estou 100 por cento a favor desta terapia alternativa, possível de forma contrabalançar a violência a que estão sujeitos. Não sejam ingénuo-os, estes jovens revoltados na prática contradizem-se.

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