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Gripe já chegou e está a atingir mais gente do que é habitual

11 nov, 2022 - 11:20 • Anabela Góis

A coordenadora da Rede Médicos Sentinela, que permite acompanhar a situação epidemiológica em Portugal, adianta que o vírus da gripe está a infetar mais pessoas do que o novo coronavírus.

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Todas as infeções respiratórias chegaram mais cedo este ano e o vírus influenza não é exceção. O balanço é feito pelo Instituto de Saúde Ricardo Jorge (INSA).

Ana Paula Rodrigues, do departamento de virologia do INSA, diz à Renascença que “o vírus da gripe já está aí e com um número de casos superior ao que era esperado nesta altura. Mas podemos dizer que estamos a iniciar o período de atividade epidémica normal”.

A coordenadora da Rede Médicos Sentinela, que permite acompanhar a situação epidemiológica em Portugal, adianta que o vírus da gripe está a infetar mais pessoas do que o novo coronavírus: “Os casos de gripe e de Covid têm sido semelhantes, mas nas duas últimas semanas, o número de casos de gripe aumentou bastante, o que não aconteceu com os casos de Covid. Isto leva-nos a pensar que estará mais estável a incidência de Covid do que a de gripe”.

Em paralelo, têm surgido casos de co-infeções de gripe e covid e de gripe e outros vírus respiratórios, o que pode ser preocupante na opinião desta médica de saúde pública. “Era esperado, mas não sabemos a dimensão que pode atingir, porque nunca tivemos uma epidemia muito intensa de gripe ao mesmo tempo que uma pandemia. Mas, se este inverno tivermos uma epidemia de gripe como nos invernos pré-covid e ao mesmo tempo uma epidemia de Covid-19 é provável que ocorram mais casos de co-infeção.”

De acordo com o mais recente boletim de vigilância da gripe e de outros vírus respiratórios, na semana de 31 de outubro a 6 de novembro, o Vírus Sincicial Respiratório (típico do inverno), que tem levado centenas de bebés ao hospital, sobretudo, com menos de três meses, também surgiu mais cedo do que o habitual, mas nesta altura parece estar a estabilizar, embora ainda seja cedo para confirmar esta tendência.

“Neste momento, os números mantêm-se acima do que era esperado e parece-nos já haver alguma estabilização, mas como recolhemos dados de crianças que estão internadas têm sempre um atraso de cerca de uma semana, por isso, temos de aguardar mais algumas semanas para confirmar essa tendência”, reconhece.

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