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Incêndios. GNR deteve número mais elevado de pessoas dos últimos cinco anos

22 out, 2022 - 09:43 • Lusa

Foram detidas, este ano, 72 pessoas pelo crime de incêndio florestal. Os distritos de Viseu e Vila Real são onde foram feitas mais detenções.

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A GNR deteve este ano 72 pessoas pelo crime de incêndio florestal, o maior número dos últimos cinco anos, sendo os distritos de Viseu e Vila Real onde foram feitas mais detenções, revelou este sábado a corporação.

Dados da Guarda Nacional Republicana enviados à Lusa indicam que este ano foram detidas mais 20 pessoas do que em 2021, quando foram feitas 52 detenções pelo crime de incêndio florestal.

Segundo a GNR, em 2017 foram detidas 65 pessoas, número que diminuiu para 63 no ano seguinte, voltando a baixar para 58 em 2019 e em 2020 e 2021 foram 51 em cada ano.

A maioria das 72 detenções feitas até 19 de outubro deste ano aconteceu nos distritos de Viseu (13), Vila Real (11), Guarda (8), Porto (7) e Braga (6).

Esta força de segurança identificou também este ano 1.076 pessoas pelo crime de incêndio florestal, mais 219 do que em 2021.

A GNR sublinha que as causas mais frequentes dos fogos registados este ano são o uso indevido do fogo (29%), a que estão associadas cerca de 2.659 ignições relativas a queimas e queimadas, seguido pelo incendiarismo (19%), que engloba a atuação dolosa e negligente em 1.740 ocorrências.

A GNR especifica também que registou, desde 1 de maio, mais de 2.629 autos de contraordenação por violação das normas vigentes, nomeadamente proteção do edificado, aglomerados populacionais e rede rodoferroviárias, queimas e queimadas e utilização de maquinaria.

Estas contraordenações foram levantadas depois da corporação ter realizado um plano de monitorização, sensibilização e fiscalização em que foram sinalizadas 10.946 situações em incumprimento nas mais de 1000 freguesias consideradas prioritárias em risco de incêndio.

Ainda no âmbito da prevenção, a GNR realizou 5.544 ações de sensibilização direcionadas a 74.358 pessoas com o objetivo da adoção de medidas de autoproteção e uso correto do fogo.

Vigilância e detenção de incêndios


A GNR destaca igualmente a prioridade que dá à vigilância e detenção de incêndios, nomeadamente nas zonas mais suscetíveis de fogos, como é o caso da Rede Nacional de Postos de Vigia, cuja rede primária, constituída por 76 postos, foi ativada a 7 de maio e vai permanecer em funcionamento até 6 de novembro. A rede secundária, composta por 153 postos de vigia, esteve em atividade entre 29 de junho e 15 de outubro.

Esta força de segurança dispõe ainda de acesso a sistemas de videovigilância, com 120 câmaras, que cobrem atualmente uma área estimada de cinco milhões de hectares do território de Portugal continental, que são um "auxílio na deteção de incêndios nascentes e no apoio à investigação do crime de incêndio florestal identificando possíveis autores", além de fazer patrulhamentos móveis e vigilância aérea com meios tripulados e não tripulados das Forças Armadas.

A agência Lusa pediu também à Polícia Judiciária dados sobre as detenções efetuadas este ano, mas até ao momento não obteve qualquer resposta.

No final de setembro, o ministro da Administração Interna, José Luís Carneiro, indicou no parlamento que a PJ tinha detido este ano 81 pessoas pelo crime de incêndio florestal.

Os incêndios rurais consumiram este ano 110.007 hectares, o valor mais elevado desde 2017, tendo sido o fogo da Serra da Estrela o que registou maior área ardida, com quase 25.000 hectares, segundo o Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF).

O ICNF dá conta que, entre 1 de janeiro e 15 de outubro, ocorreram 10.449 incêndios rurais que resultaram em 110.007 hectares (ha) de área ardida, entre povoamentos (54.801 ha), matos (44.114 ha) e agricultura (11.092 ha).

Em comparação com o mesmo período de 2021, a área ardida mais do que triplicou, tendo as chamas consumido este ano mais 82.796 hectares, e os incêndios aumentaram 40%, ao registaram-se mais 2.997 fogos.

O ano de 2022 apresenta o quarto valor mais reduzido em número de incêndios e o quinto valor mais elevado de área ardida, desde 2012, de acordo com o ICNF.

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