09 ago, 2022 - 08:37 • Lusa
A Associação Portuguesa de Educação Ambiental (ASPEA) apresentou uma ação de condenação à prática de ato devido contra a Câmara de Aveiro para obrigar a autarquia a limpar uma lixeira clandestina.
Em causa está uma lixeira a céu aberto, com um volume estimado superior a 10 toneladas, com resíduos sólidos urbanos amontoados, monos e resíduos de construção civil, existente na Zona Industrial de Taboeira, na freguesia de Cacia.
"A partir de relatos, estes resíduos têm vindo a ser acumulados ao longo de cinco anos e meio, a partir de diferentes proveniências, e com conhecimento de representantes de órgãos do poder local", refere a ASPEA, numa nota enviada à agência Lusa.
A associação ambiental diz ter contactado a Câmara no dia 7 de abril a solicitar uma rápida intervenção por se tratar de uma situação "extremamente crítica de insalubridade" e por se tornar "um grave risco para a saúde pública", além do respetivo impacto ambiental ao nível da biodiversidade e águas subterrâneas, mas até agora não obteve qualquer resposta.
"Passados quatro meses sem que o devido tratamento e a limpeza tivessem iniciado, e tendo em conta a gravidade da situação para a saúde pública, a ASPEA apresentou ao Tribunal Administrativo de Aveiro uma ação administrativa de condenação na prática de ato contra a Câmara de Aveiro", refere a associação.
Na ação, a ASPEA pede que a autarquia seja condenada na prática do ato que omitiu e que se consubstanciará na limpeza do local e reencaminhamento dos resíduos que ali se encontram para local adequado aos mesmos.
O auto de vistoria refere ainda que parte dos resíduos acumulados na envolvente do bairro terá sido depositada pelos próprios moradores do bairro, pelo que a equipa de saúde pública considerou que a comunidade local deve ser envolvida nas ações de limpeza e na mudança de comportamentos.
Além das autoridades locais, a ASPEA denunciou a situação à Inspeção-Geral da Agricultura, do Mar, do Ambiente e do Ordenamento do Território e à Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Centro CCDRC.
A Lusa tentou contactar o presidente da Câmara de Aveiro, mas até ao momento não foi possível.