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Incêndio em Chaves obriga à retirada de 60 crianças em parque de campismo

16 jul, 2022 - 20:46 • Diogo Camilo

Fogo é considerado "o mais preocupante" pela Proteção Civil e já afetou uma habitação. Teatro de operações será reforçado com mais 111 operacionais.

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O incêndio que deflagrou esta sexta-feira em Bustelo, no concelho de Chaves, obrigou à retirada de 60 crianças que se encontravam no Parque de Campismo do Açude. Considerado “o mais preocupante” pela Proteção Civil, o fogo já afetou uma habitação.

Em conferência de imprensa, o comandante nacional de Emergência e Proteção Civil, André Fernandes, anunciou que, até às 20h, quase 400 operacionais combatiam os 12 incêndios ativos em Portugal continental, apoiados por 111 meios terrestres e 10 meios aéreos.

Entre as 12 ocorrências ativas, existem “três significativas”: em Bustelo, no concelho de Chaves, Vila Real; em Penafiel, no distrito do Porto; e em Celorico de Basto, em Braga.

Segundo a página da Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC), pelas 21h, estavam em Bustelo, a situação de "maior preocupação", 296 operacionais, 88 meios terrestres e dois meios aéreos.

Na conferência de imprensa, a entidade indicou ainda que o teatro de operações em Bustelo será reforçado com 111 operacionais, que estão a caminho do incêndio. O fogo, que teve início pelas 14h45 de sexta-feira, na zona da aldeia de Bustelo, entrou em fase de resolução cerca das 2h00 deste sábado, mas sofreu uma reativação esta tarde, pelas 14h45.

Segundo a Proteção Civil foram registados 89 incêndios até ao final da tarde deste sábado, menos que os 94 incêndios registados ontem à mesma hora.

Fogo deixa aldeias em risco

Segundo fonte da Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC), "neste momento há aldeias em risco" e a "evacuação poderá estar em cima da mesa".

À Lusa, o presidente da Câmara Municipal de Chaves, Nuno Vaz, afirmou que a "situação é crítica" e que o fogo "está a ameaçar as aldeias de Vilela Seca, Vila Meã e Torre de Ervededo". Adiantou ainda que na Torre "arderam duas ou três casas devolutas". Nuno Vaz reforçou que a evacuação de aldeias é uma hipótese que está a ser colocada.

"Oficialmente, até ao momento, ainda não houve, mas há pessoas que já saíram das aldeias por iniciativa própria", acrescentou o autarca do distrito de Vila Real.

Portugal continental está em situação de contingência até domingo devido às previsões meteorológicas, com temperaturas muito elevadas em algumas partes do país, e ao risco de incêndio.

A situação de contingência corresponde ao segundo nível de resposta previsto na lei da Proteção Civil e é declarada quando, face à ocorrência ou iminência de acidente grave ou catástrofe, é reconhecida a necessidade de adotar medidas preventivas e ou especiais de reação não mobilizáveis no âmbito municipal.

O Governo decide no domingo se prolonga a situação de contingência devido ao risco de incêndio rural, depois de ter estado em vigor durante uma semana.

"Não se pode baixar a guardar" apesar da melhoria das condições

O comandante André Fernandes defendeu, na atualização da situação dos incêndios em Portugal, que "não se pode baixar a guarda" relativamente à prevenção que toda a população deve fazer.

"Apesar daquilo que é a perspetiva meteorológica estar um pouco melhor, do ponto de vista da temperatura e também um ligeiro aumento da humidade relativa do ar, as condições para os incêndios mantêm-se extremas e isso mesmo se verifica naquilo que está a acontecer neste momento em Chaves e, portanto, todo o cuidado é pouco", disse André Fernandes. .

O responsável apelou ainda "à continuidade daquilo que é a colaboração da população no apoio, não só às operações, mas acima de tudo nos conselhos e acatar aquilo que são as indicações e os conselhos" que são dados: "Não podemos baixar a guarda".

"Vamos continuar a dar também aquilo que é a manutenção operacional do dispositivo face à situação que ainda vivemos. Relembro que a declaração de contingência é até amanhã e temos que manter todos os nossos comportamentos adequados face a esta situação", adiantou.

André Fernandes acrescentou que está a ser feita uma avaliação quer quanto aos dados meteorológicos e também operacionais para uma eventual redistribuição de meios no terreno.

"Vamos fechar isso durante esta noite, para depois amanhã [domingo] também haver a tal decisão [sobre a prorrogação ou não da situação de contingência] e percebemos como é que vão ser os próximos dias", frisou.

O comandante nacional da Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC) salientou que estando 80% do território nacional em situação de seca extrema, isso quer dizer que após a atual onda de calor "as condições ainda se agravaram mais".

"Portanto, apesar da meteorologia, do ponto de vista de que o que nós sentimos vai ser um pouco melhor (...) as condições para a declaração dos incêndios e para a progressão rápida dos incêndios mantêm-se no território", alertou. .

"Podemos eventualmente fazer as alterações daquilo que são os estados de alerta, mas as condições no território estão presentes e precisamos, de facto, de continuar todos com esta consciência, que a situação da seca extrema agrava e potencia aquilo que são a progressão e a intensidade dos incêndios", vincou André Fernandes, que disse acreditar que as atuais condições se vão manter durante todo o verão.

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