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GNR acusados de agredir imigrantes em Odemira vão a julgamento em outubro

14 jul, 2022 - 07:54 • Lusa

Estão acusados de 33 crimes, como abuso de poder, sequestro e ofensa à integridade física qualificada. Os factos terão ocorrido entre setembro de 2018 e março de 2019.

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Os sete GNR acusados de sequestro e agressão imigrantes em Odemira vão começar a ser julgados a3 de outubro, no Tribunal de Beja, disse fonte judicial..

Os militares, que se encontram provisoriamente suspensos de funções, foram acusados pelo Ministério Público (MP) de 33 crimes, como abuso de poder, sequestro e ofensa à integridade física qualificada.

A 10 de março, dia em que foi lida a decisão instrutória, o Tribunal de Odemira (Beja) decidiu que os sete elementos iriam ser julgados.

A abertura da fase de instrução foi pedida por Rúben Candeias, o arguido acusado de mais crimes, 11, tendo a juíza do Tribunal de Odemira, de acordo com a decisão instrutória, decidido não o pronunciar por um dos seis crimes de ofensa à integridade física qualificada de que estava imputado.

No entanto, Rúben Candeias vai a julgamento pronunciado pelos restantes 10 crimes, isto é, cinco crimes de ofensa à integridade física, quatro de abuso de poder e um de sequestro.

Segundo a decisão instrutória, os restantes seis arguidos vão a julgamento pelos mesmos crimes pelos quais estavam pronunciados.

Os militares Nelson Lima, Diogo Ribeiro e Nuno Andrade são acusados de cinco crimes cada um, nomeadamente um de abuso de poder e quatro de ofensa à integridade física qualificada.

O militar João Lopes é acusado de três crimes, um de abuso de poder, um de ofensa à integridade física qualificada e um de sequestro.

Já os arguidos Carlos Figueiredo e Paulo Cunha são acusados de dois crimes cada um, nomeadamente um de abuso de poder e um de ofensa à integridade física qualificada.

Segundo a acusação do MP, o processo envolve quatro casos de sequestro e agressão de imigrantes por militares da GNR, então colocados no Posto Territorial de Vila Nova de Milfontes, em Odemira, ocorridos entre setembro de 2018 e março de 2019.

Na acusação, o MP considerou que todos os militares envolvidos no processo agiram por "caprichos torpes", com "desprezo" e "em manifesto ódio" pelas nacionalidades das vítimas, oriundas da região do Indostão.

A 17 de dezembro, a Inspeção-Geral da Administração Interna (IGAI) abriu sete processos disciplinares aos militares e instaurou um inquérito para apuramento de responsabilidades disciplinares do comandante do posto onde aqueles exerciam funções.

A ministra da Administração Interna, Francisca Van Dunem, determinou a suspensão provisória de funções dos sete militares, por 90 dias, passível de ser prorrogada.

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