Emissão Renascença | Ouvir Online
A+ / A-

Monkeypox. DGS recomenda cuidados a ter em eventos antes e depois de contactos sexuais

17 jun, 2022 - 23:22 • Lusa

Segundo a informação divulgada pela autoridade de saúde, eventos públicos, privados e viagens, facilitaram a transmissão de infeções, mas estes eventos "poderão ser oportunidades para sensibilizar os participantes e transmitir informação, ao mesmo tempo que se podem desenvolver medidas de prevenção e higienização para reduzir riscos nesses contextos".

A+ / A-

A Direção-Geral da Saúde (DGS) quer que empresas, organizações de eventos ou grupos informais sensibilizem os participantes sobre a infeção pelo vírus "Monkeypox", recomendando cuidados específicos a ter, inclusive durante e após contactos sexuais.

A forma de apresentação e disseminação da infeção sugere que a transmissão esteja a acontecer por contacto próximo, incluindo relações sexuais, refere a DGS, adiantando que os casos notificados no atual surto foram na sua maioria detetados em homens que têm sexo com homens, embora a transmissão também tenha sido documentada noutras pessoas.

Portugal registou mais 35 casos de infeção pelo vírus "Monkeypox", elevando para 276 o total de pessoas infetadas, todos homens que se encontram clinicamente estáveis, referiu hoje a DGS. .

Segundo a informação divulgada pela autoridade de saúde, eventos públicos, privados e viagens, facilitaram a transmissão de infeções, mas estes eventos "poderão ser oportunidades para sensibilizar os participantes e transmitir informação, ao mesmo tempo que se podem desenvolver medidas de prevenção e higienização para reduzir riscos nesses contextos".

Para a DGS, "os parceiros comunitários são essenciais para garantir uma comunicação eficaz e atempada, adequada ao público a envolver, identificar as principais mensagens de prevenção e promoção da saúde e o alinhamento entre todos os envolvidos, para identificar rumores/desinformação e ajudar a melhorar o conhecimento sobre a infeção, e para facilitar a adesão às medidas de proteção".

Entre o conteúdo das "mensagens chave" a transmitir, a DGS refere que a infeção por Monkeypox caracteriza-se pelo aparecimento de lesões na pele ou mucosas, que podem ser localizadas numa determinada região do corpo ou generalizadas, atingindo habitualmente a face e boca, membros superiores e inferiores ou região ano-genital.

O surgimento de sintomas deve motivar a procura de aconselhamento e avaliação médica e deve evitar-se o contacto físico próximo, incluindo relações sexuais.

"O contacto físico próximo é a principal forma de transmissão. Uma relação sexual pode envolver risco. Relações sexuais com múltiplos parceiros/as aumentam o risco", destaca a DGS.

A utilização do preservativo é importante para prevenir a transmissão do VIH e outras infeções sexualmente transmissíveis (IST), mas não oferece proteção eficaz para o vírus Monkeypox, alerta ainda na informação.

Entre as medidas a adotar "antes, durante e após" os eventos, a DGS recomenda que seja desincentivada a participação em caso da existência de sintomas e que os organizadores considerem o envio de informação prévia aos participantes, através das redes sociais ou no momento da inscrição.

A DGS aconselha também formar os trabalhadores e funcionários sobre os sinais e sintomas mais comuns de infeção e sobre o aconselhamento a dar a casos suspeitos, bem como dispensar os funcionários/voluntários que apresentem sintomas.

Entre as sugestões, a autoridade de saúde quer que os organizadores incentivem os participantes a "guardar os contactos das pessoas com quem mantiverem contacto físico próximo, incluindo relações sexuais, caso seja necessário identificá-los posteriormente".

Entre as recomendações de higiene, a DGS aconselha que "se existir roupa de cama, deve ser mudada após utilização por um novo participante/cliente".

"Essa roupa deve ser manipulada por funcionários de limpeza que utilizem luvas e máscaras e lavada a mais de 60 graus centígrados. Após manipulação da roupa, deve retirar-se as luvas e lavar/higienizar as mãos", pode ler-se.

A informação da autoridade de saúde adverte também contra a estigmatização da doença, tendo em conta que "a maioria dos casos até agora foram reportados em homens que têm sexo com homens".

"O estigma e o medo podem dificultar as respostas em matéria de saúde pública, pois podem fazer com que as pessoas escondam a sua doença e são barreiras de acesso aos cuidados de saúde", alerta a DGS.

Entre os conselhos para mitigar a estigmatização, a autoridade de saúde pede que se utilize "uma linguagem respeitosa e inclusiva" e que se transmitam "os factos de forma clara e acessível".

Tópicos
Saiba Mais
Comentários
Tem 1500 caracteres disponíveis
Todos os campos são de preenchimento obrigatório.

Termos e Condições Todos os comentários são mediados, pelo que a sua publicação pode demorar algum tempo. Os comentários enviados devem cumprir os critérios de publicação estabelecidos pela direcção de Informação da Renascença: não violar os princípios fundamentais dos Direitos do Homem; não ofender o bom nome de terceiros; não conter acusações sobre a vida privada de terceiros; não conter linguagem imprópria. Os comentários que desrespeitarem estes pontos não serão publicados.

Destaques V+