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“Podem sentir-se em segurança”. Hospital de Évora tem capacidade para receber grávidas de Portalegre

15 jun, 2022 - 18:57 • Rosário Silva

Garantia dada pelo responsável do serviço de Ginecologia/Obstetrícia do hospital eborense. As urgências de Obstetrícia do hospital de Portalegre estão encerradas desde as 05h00 desta quarta-feira, permanecendo assim, pelo menos até às 08h00 da próxima sexta-feira.

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O Hospital do Espírito Santo de Évora (HESE) tem “capacidade para receber grávidas” provenientes do hospital de Portalegre, cujas urgências de Obstetrícia estão encerradas desde as 05h00 desta quarta-feira, permanecendo assim, pelo menos até às 08h00 da próxima sexta-feira.

Em declarações aos jornalistas, o diretor de serviço de Ginecologia/Obstetrícia do HESE recordou que Évora dispõe de uma “maternidade de apoio neonatal diferenciado” e que, por isso, “a população do Alentejo não tem razão para temer”, o que quer que seja, podendo “sentir-se em segurança”.

Na terça-feira, Ilídio Pinto Cardoso, porta-voz da Unidade Local de Saúde do Norte Alentejano (ULSNA), na qual está integrado o Hospital Dr. José Maria Grande, de Portalegre, revelou o fecho temporário se deve ao facto de a unidade não poder contar, neste período, com dois obstetras, tendo apenas um.

Ilídio Pinto Cardoso explicou ainda que as grávidas que se dirijam aos hospitais de Portalegre e Elvas, bem como ao Serviço de Urgência Básico (SUB) de Ponte de Sor, deverão ser encaminhadas para o Hospital do Espírito Santo de Évora (HESE), a mais de 100 quilómetros de distância, ou para a unidade hospitalar mais próxima.

“Temos capacidade para receber as grávidas de Portalegre”, assegurou o médico Fernando Fernandes, lembrando que já durante a pandemia verificaram-se “alguns constrangimentos graves”, que foram sempre resolvidos atendendo à “boa articulação” entre os hospitais alentejanos e com “os esforços de todos os profissionais e de todos os serviços hospitalares”.

“Apesar das distâncias, apesar de termos equipas do quadro muito reduzidas e envelhecidas, tem sido sempre possível resolver os problemas com equipas fixas de prestadores de serviços, o que nos tem permitido acautelar uma boa assistência à saúde dos utentes, nomeadamente das grávidas”, indica o especialista.

Nas ultimas horas, o HESE não recebeu qualquer grávida proveniente do hospital portalegrense, segundo o diretor de serviço de Ginecologia/Obstetrícia. Fernando Fernandes revela que para o mês de junho, as escalas estão completas, porém não pode garantir que em Évora, a situação não venha também a agravar-se.

“Nós temos as escalas feitas para o mês de junho, mas eu não posso prometer que um dos médicos, por exemplo, escalado para amanhã, não tenha Covid-19, como já aconteceu”, afirma.

Situação nas urgências revela “desinvestimento do Governo”

Preocupado com esta situação, está também o Sindicato dos Enfermeiros Portugueses (SEP). Esta tarde, elementos da direção nacional reuniram com o conselho de administração do HESE para analisar diferentes questões.

Os constrangimentos nas urgências do hospital de Portalegre, inquietam os profissionais.

“Se há hospitais, como o de Portalegre, que encaminham utentes aqui para Évora, naturalmente que é uma sobrecarga de trabalho para os serviços deste hospital, a que se soma a exaustão que os colegas estão a viver desde a pandemia”, referiu, no final da reunião, Celso Silva.

Para o sindicalista, o que se está a passar em Portugal, apenas demonstra “o desinvestimento que ao longo dos sucessivos anos e governos, o SNS tem sofrido”.

“Não há um investimento adequado para aquilo que são as necessidades e quando há autorização para fazer qualquer investimento, ele não chega em tempo útil”, acrescenta.

Para o SEP, “ou o Governo investe de forma séria no SNS ou estamos condenados a este tipo de notícias que não interessam a ninguém, muito menos aos utentes”.

Esta quarta-feira, o SEP levou também à reunião com a administração hospitalar a questão da “não contabilização de forma correta dos pontos para efeitos de progressão a vários enfermeiros do hospital de Évora”, e as queixas destes profissionais de saúde por causa das elevadas temperaturas que se têm feito sentir nos serviços de Medicina 1 e 2.

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