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Ucrânia. Ministra da Defesa sublinha intervenção de Guterres

29 mai, 2022 - 14:39 • Lusa

"A invasão da Ucrânia pela Rússia constitui o exemplo mais recente de como o respeito pelo primado do Direito Internacional pode ser rapidamente colocado em causa."

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A ministra da Defesa Nacional sublinhou a intervenção do secretário-geral da ONU que tem permitido "aliviar algum sofrimento" dos impactados pela guerra na Ucrânia, lamentando que, apesar das tentativas de mediação, ainda não se vislumbre a paz.

"A invasão da Ucrânia pela Rússia constitui o exemplo mais recente de como o respeito pelo primado do Direito Internacional pode ser rapidamente colocado em causa. O próprio Conselho de Segurança permanece bloqueado ao não condenar explicitamente uma agressão ilegal sobre um Estado soberano", afirmou Helena Carreiras na cerimónia de homenagem aos participantes das Missões de Paz e Humanitárias, que decorreu este domingo em Lisboa.

No discurso desta cerimónia, que decorreu no Dia internacional dos Capacetes Azuis da Organização das Nações Unidas (ONU), a ministra da Defesa Nacional assinalou as "tentativas de mediação ou de tréguas, com destaque para os bons ofícios" de António Guterres, Secretário-Geral da ONU, que "têm permitido aliviar algum sofrimento daqueles e daquelas mais impactados pelo desenrolar da guerra".

"Essas mesmas tentativas não são ainda capazes de sustentar um plano credível que preveja o fim do conflito enquanto objetivo sustentável em si mesmo. Infelizmente não é ainda possível vislumbrar a paz no Leste europeu a curto prazo", lamentou.

A governante afirmou ainda que, até à data, "Portugal empenhou assim ao abrigo da ONU mais de 13 mil militares ao serviço da promoção da segurança coletiva global".

"Em todos estes casos, as tropas portuguesas têm demonstrado um elevado nível de profissionalismo e dedicação, recebendo um reconhecimento generalizado quanto à sua excelência e quanto à qualidade das capacidades de comando dos nossos oficiais", elogiou.

Segundo Helena Carreiras, este reconhecimento está patente no Estatuto do Antigo Combatente, que "apoia não apenas os combatentes da Guerra Colonial, mas também os novos antigos combatentes", que são aqueles têm integrado todas as missões internacionais em que Portugal participa.

"As nossas Forças Armadas estão bem cientes da importância de acompanhar os efetivos militares que cumprem missões operacionais, antes, durante e após a conclusão da missão. A esse respeito, vale a pena destacar o trabalho realizado pelo Centro de Psicologia Aplicada do Exército, no apoio aos militares, às suas famílias e à comunidade em geral", exemplificou.

Assinalar datas como a de hoje, na perspetiva da ministra, servem também para ponderar o tipo de empenhamento internacional que o país quer seguir.

"Por um lado, satisfazer as exigências complexas dos teatros de operações atuais requer uma diversidade de competências, experiências, perspetivas e abordagens", referiu, sublinhando a importância de "promover e reforçar, sempre que haja condições, a representatividade e a participação de mulheres militares em operações de paz a todos os níveis".

Por outro lado, de acordo com Helena Carreiras, deve haver uma partilha das experiências adquiridas depois de décadas de contributos internacionais.

"Foi com esse objetivo em mente, que aprovámos em reunião de ministros da Defesa da Comunidade de Países de Língua Portuguesa (CPLP) na passada quarta-feira na Cidade da Praia, a criação de uma célula de cooperação civil e militar. O objetivo consiste em criar precisamente uma bolsa voluntária de elementos para o emprego em missões de paz com mandato das Nações Unidas", afirmou.

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  • Cidadao
    29 mai, 2022 Lisboa 15:21
    A intervenção de Guterres, tardia e pouco influente, nada trouxe de relevante, não por ineficiência de Guterres mas porque a Rússia se está borrifando para a ONU onde tem direito de veto e pode bloquear qualquer resolução contra ela. E mesmo que não pudesse, pura e simplesmente ignoraria essa resolução. A verdade é que como alguém já disse, o tempo não joga a favor da Ucrânia, mas da Rússia. Putin domina a situação no seu País e não tem oposição. E está a contar com os efeitos do arrastamento da guerra - inflação, combustíveis a preços altos, desemprego, problemas económicos - para se livrar das Sanções. Os EUA a fazer fortuna a vender armas, encolhem os ombros e agradecem ter tempo para recuperar do atoleiro do Afeganistão e preparar as novas armas. A China aproveitará para mais umas negociatas e neste parque geriátrico sempre em depressão, que é a Europa, a dada altura quase todos quererão que a Paz volte a qualquer preço, e um Zelensky desesperado deixará de ser o Homem do Momento, para ser um "chato" que está a estragar a "Paz do Sofá". E que se lixe a Ucrânia. Interessa é manter a ilusão que tudo acabou e não há mais invasões ...

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