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OE2022

BE acusa Governo de impor "quebra" de salários ao não atualizar inflação

15 abr, 2022 - 15:18 • Lusa

A coordenadora do Bloco de Esquerda, Catarina Martins, diz que Executivo de António Costa está a tentar "controlar o ciclo da inflação" através da "quebra dos rendimentos do trabalho".

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A coordenadora do Bloco de Esquerda (BE), Catarina Martins, acusou esta sexta-feira o Governo socialista de "impor uma quebra real dos salários" em Portugal ao recusar atualizá-los à taxa de inflação. .

"Quando o Governo se recusa a atualizar os salários à inflação o que está a dizer é que vamos ter uma quebra real dos salários em Portugal e que quer controlar o ciclo da inflação, não pelo controlo dos preços especulativos que estão a criar este ciclo de inflação, mas sim pela quebra dos rendimentos do trabalho", afirmou a bloquista, no Porto, à margem da apresentação do Desobedoc 2022 -- Mostra de Cinema Insubmisso.

Para Catarina Martins são, uma vez mais, os trabalhadores a pagar uma crise que não provocaram. .

O ciclo da inflação não tem nada a ver com os salários, mas sim com os combustíveis, referiu. .

E, acrescentou, a única forma de o travar é controlar preços e limitar margens, porque "há quem esteja a ganhar muito com este ciclo de inflação e com a especulação que faz dos preços". .

"Atualizar os salários, pelo contrário, não tem nenhum problema do ponto de vista da inflação porque nem sequer aumenta a procura, é só prevenir que os salários não percam poder de compra", sustentou. .

O ministro das Finanças entregou na quarta-feira no parlamento a proposta de Orçamento do Estado para 2022 que mantém a economia numa rota de recuperação, ao mesmo tempo que procura mitigar os impactos da escalada de preços devido à guerra na Ucrânia.

A proposta de OE2022 vai ser debatida na generalidade na Assembleia da República a 28 e 29 de abril, estando a votação final global marcada para 27 de maio.

Questionada ainda sobre uma notícia do jornal Público de hoje, a dar conta que o ex-ministro da Finanças João Leão vai gerir um projeto no Iscte -- Instituto Universitário de Lisboa financiado pelo Orçamento do Estado que ajudou a preparar, Catarina Martins recusou fazer comentários. .

"Sobre essa matéria não tenho qualquer comentário a fazer", disse.

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