20 set, 2013 - 20:50
O activista e jornalista angolano Rafael Marques, autor de várias denúncias contra as principais figuras do Governo de Angola, esteve detido pelas autoridades do país. Foi libertado após quase seis horas.
Rafael Marques entrevistava um conjunto de arguidos, que tinha sido libertado depois de submetido a julgamento, quando foi surpreendido pelas autoridades. Isto mesmo confirma à Renascença Filomeno Vieira Lopes, jurista e amigo de Rafael Marques.
“O Rafael estava a conversar com arguidos de um processo, que foram julgados na segunda-feira e libertados. Estavam a manifestar-se e a distribuir panfletos quando apareceram três carros da polícia anti-motim e foram cercados. O Rafael e mais cinco pessoas foram conduzidos para dentro dos carros”, disse.
Rafael Marques e os outros detidos estiveram incontactáveis, segundo este jurista, na Cadeia do Comando Provincial de Luanda.
Além deste jornalista, a polícia soltou ainda outros dois repórteres, mas manteve detidos alguns jovens que tinham sido libertados esta sexta-feira depois de terem estado envolvidos em manifestações.
Os três jornalistas queixam-se de ter sido agredidos, de ter ficado com o material destruído e de nunca lhes ter sido explicada a razão da detenção. Alexandre Neto Solombe, um dos jornalistas já libertados, explicou à Renascença o que aconteceu: "Disseram-nos que não podiamos ficar ali, mas não podiamos ir embora e subimos para o carro [da polícia]. Estávamos detidos, mas não conseguiram dizer porquê. Os nossos meios de trabalho, câmaras, telefones, foram destruídos. Isto não aconteceu por acaso. Depois mandaram-nos deitar e andaram por cima de nós".
O jornalista Rafael Marques é o autor de um livro que denuncia o atropelo de direitos humanos em Angola, denúncias que levaram mesmo as autoridades portuguesas a investigar algumas figuras do Estado angolano.
[actualizado às 23h10]