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Covid-19: Portugal entre os dois cenários mais graves para o outono-inverno

09 dez, 2021 - 18:11 • Lusa

"Há uma nova variante em circulação, mas até à data não demonstrou um potencial de ser mais grave do que as outras", afirma Graça Freitas.

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Portugal está entre os dois cenários mais graves da evolução da pandemia de covid-19, definidos pela estratégia da autoridade de saúde para o outono e inverno, face ao surgimento de uma nova variante, segundo a diretora-geral da Saúde.

A estratégia da autoridade de saúde para responder à covid-19 no outono e inverno, divulgado em outubro, assenta em três cenários de evolução da pandemia, e tem o objetivo principal de minimizar os casos de doença grave e de mortalidade pela doença.

No cenário 2 a incidência do SARS-CoV-2 é elevada, resultando numa ocupação moderada a elevada das unidades de cuidados intensivos e uma pressão ligeira a moderada no sistema de saúde.

Já no cenário considerado mais preocupante, o 3, a estratégia previa o surgimento de uma nova variante com características que permitem a evasão do SARS-CoV-2 ao sistema imunitário, provocando uma redução rápida da eficácia da vacina, e um aumento da transmissibilidade do vírus e da gravidade da doença.

Neste caso, a incidência do SARS-CoV-2 será muito elevada, assim como a ocupação das unidades de cuidados intensivos dos hospitais portugueses.

"Eu diria que estamos entre o 2 e o 3 porque de facto há uma nova variante em circulação, mas até à data não demonstrou um potencial de ser mais grave do que as outras. Já apareceu em muitos pontos do mundo, incluindo em Portugal, tem havido muitos casos na África do Sul, mas não têm estado associados a maior gravidade", disse.

A variante é de preocupação, adiantou, mas ainda não demonstrou "que é mais agressiva, mais virulenta" do que as variantes já conhecidas.

A estratégia visa "garantir uma resposta eficiente e coordenada, ajustada à situação epidemiológica da infeção por SARS-CoV-2 e aos desafios adicionais do período outono/inverno, reduzindo o impacto na morbimortalidade na população em geral e nos grupos de risco", segundo o referencial divulgado em 22 de outubro pela Direção-Geral da Saúde.

As linhas orientadoras dirigidas às entidades do Ministério da Saúde surgiram da necessidade de planear uma "resposta eficiente e equitativa às necessidades de saúde" da população durante este período do ano, em particular no que diz respeito à covid-19.

Como objetivos secundários, o referencial pretende antecipar a atividade epidémica, assegurar da vacinação contra a covid-19 e a gripe sazonal, controlar a transmissão da infeção com foco nas populações vulneráveis e nos serviços de saúde, assegurar a sustentabilidade e qualidade da resposta dos serviços de saúde às pessoas com covid-19 e com outras patologias, entre outros.

A covid-19 provocou pelo menos 5.278.777 mortes em todo o mundo, entre mais de 267,22 milhões infeções pelo novo coronavírus registadas desde o início da pandemia, segundo o mais recente balanço da agência France-Presse.

Em Portugal, desde março de 2020, morreram 18.610 pessoas e foram contabilizados 1.181.294 casos de infeção, segundo dados da Direção-Geral da Saúde.

A doença respiratória é provocada pelo coronavírus SARS-CoV-2, detetado no final de 2019 em Wuhan, cidade do centro da China, e atualmente com variantes identificadas em vários países.

Uma nova variante, a Ómicron, classificada como "preocupante" pela Organização Mundial da Saúde (OMS), foi detetada na África Austral, mas desde que as autoridades sanitárias sul-africanas deram o alerta, a 24 de novembro, foram notificadas infeções em 57 países de todos os continentes, incluindo Portugal.

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