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Porto

Detido burlão e apreendidas pinturas. Falsificações eram feitas na sala de artesanato da prisão

28 out, 2021 - 08:26 • Carla Caixinha

Comerciante introduzia no comércio de arte nacional pinturas falsas, elaboradas “ao estilo” de grandes mestres nacionais e estrangeiros como Cruzeiro Seixas, Mário Cesariny, Noronha da Costa, José Malhoa ou Cutileiro.

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A Polícia Judiciária desmantelou uma rede que falsificava arte no Grande Porto. Foi detido um homem, com 50 anos, e apreendidas 26 pinturas contrafeitas durantes várias buscas.

"Se as peças fossem legítimas, o valor que, eventualmente, o burlão poderia conseguir está, neste momento, com as 40 peças [26 apreendidas nas buscas de quarta-feira e as restantes ao longo da investigação] nos cerca de 250 mil euros”, indicou em declarações aos jornalistas ao final da manhã, o coordenador de investigação criminal da Diretoria do Norte, Pedro Silva.

Esta rede tinha como principal responsável um comerciante de arte, “referenciado por introduzir no comércio de arte nacional, leiloeiras e galerias, pinturas falsas, elaboradas “ao estilo” de grandes mestres nacionais e estrangeiros”, esclarece uma nota enviada às redações.

Segundo a investigação, a falsificação era feita na sala de artesanato de um estabelecimento prisional. A rede fazia chegar ao pintor vários materiais, tais como telas, pinceis, folhas de papel de desenho, tubos de tinta e óleo, frascos de óleo de linhaça, lápis de carvão, papel vegetal, papel químico e outros.

Depois, as pinturas saíam através de visitas autorizadas, “sendo as mesmas seguidamente escoadas para o circuito comercial pelo ora detido, que era quem coordenava todo o esquema”.

Os mestres até ao momento identificados nas falsificações são Cruzeiro Seixas, Mário Cesariny, Noronha da Costa, José Malhoa, Cutileiro, Domingos Alvarez, Malangatana e Almada Negreiros.

No total, no âmbito desta operação, foram apreendidas 40 obras falsas.

O comerciante de arte detido foi presente a primeiro interrogatório judicial, tendo-lhe sido aplicada a medida de obrigação de permanência na habitação.

A investigação, que contou com a colaboração da Direção-Geral de Reinserção e Serviços Prisionais, “prossegue no sentido de identificar a totalidade das peças contrafeitas produzidas, bem como a sua atual localização”, esclarece o mesmo texto.

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