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Portugal tem capacidade financeira para acolher centenas de refugiados afegãos

31 ago, 2021 - 18:53 • Lusa

O ministro Eduardo Cabrita defende que a UE está "mais preparada" para evitar eventuais crises migratórias. Para setembro foi convocado um fórum sobre reinstalação de refugiados afegãos.

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O ministro da Administração Interna, Eduardo Cabrita, defendeu hoje que a União Europeia (UE) está "mais preparada" para evitar eventuais crises migratórias em situações como do Afeganistão, dado focar-se na dimensão humanitária, mas também na segurança da região.

"A Europa hoje está efetivamente mais preparada. Temos experiência comum e temos prioridade atribuída a esta relação com os países vizinhos ou próximos do Afeganistão", disse o governante, falando à imprensa portuguesa em Bruxelas no final de uma reunião dos ministros do Interior da UE sobre o Afeganistão.

Segundo Eduardo Cabrita, "o que resulta da reunião de hoje é que a prioridade dada à ajuda humanitária é condição para se prevenir uma situação futura de crise de segurança na UE".

No encontro, ficou então assente que a UE "deve ter como prioridades áreas como a diretiva Eurodac [sistema europeu de comparação de impressões digitais dos requerentes de asilo], que agora se revela ainda mais essencial, num quadro de garantir a defesa dos direitos humanos, mas também elevados padrões de segurança relativamente àqueles que pretendemos proteger e nos termos do debate sobre reinstalação que poderemos vir a acolher" no espaço europeu, adiantou o responsável pela tutela.


Isso mesmo está na declaração aprovada, de acordo com Eduardo Cabrita, que falou em "visões europeias que não são inteiramente coincidentes [entre os 27 Estados-membros], mas que refletem a prioridade dada pela UE [...] à dimensão humanitária como única forma de prevenir aquilo que pode ser um futuro risco de segurança para a Europa e para os cidadãos europeus".

Para setembro, ficou agendado um fórum de alto nível sobre reinstalação de cidadãos afegãos, no qual "Portugal irá participar" e se discutirão recursos adicionais para os países receberem estas pessoas, anunciou o ministro.

A reunião dos ministros do Interior da UE aconteceu num "dia significativo" em que termina presença norte-americana em Cabul "e, por isso, é tão importante começarmos a olhar para aquilo que é a dimensão europeia de coordenação política", adiantou Eduardo Cabrita.

Depois de uma videoconferência extraordinária realizada em 18 de agosto, três dias após os talibãs terem ocupado Cabul, os ministros responsáveis pelos Assuntos Internos dos 27 voltaram hoje a reunir-se para discutir a situação no Afeganistão, desta feita presencialmente, no dia que marca o fim do prazo para a retirada norte-americana do país e quando todos os restantes aliados já concluíram as operações de evacuação.

Segundo os últimos números, cerca de 114.000 pessoas foram retiradas de Cabul, desde a tomada da cidade pelos talibãs, em cerca de 2.900 em voos militares ou da coligação internacional.

Os talibãs conquistaram Cabul em 15 de agosto, concluindo uma ofensiva iniciada em maio, quando começou a retirada das forças militares norte-americanas e da NATO, que se encontravam no país de 2001, na sequência do combate à Al-Qaida após os atentados terroristas de 11 de setembro de 2001.

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  • Cidadao
    31 ago, 2021 Lisboa 19:22
    Não era melhor acolher todos os escravos, perdão, afegãos necessários para trabalhar nas obras / em Odemira / povoamento forçado do Interior abandonado pelas Empresas e pelos serviços públicos? É que andam para aí muitos negreiros, perdão, empresários, a queixarem-se que vão aos Centros de emprego pedir mão-de-obra, mas quando os desempregados vão à entrevista, recusam o "vantajoso" lugar, pois ou são pagos a salário mínimo por 10h de trabalho ou até abaixo dele. Preferem continuar no Desemprego, a ir ao Banco Alimentar e a fazer uns biscates que até ganham mais que os ditos lhes oferecem, e não têm de os aturar 10h por dia. Os refugiados podiam ser os novos escravos, que os de cá, já não caem nessa...
  • Ivo Pestana
    31 ago, 2021 Madeira 17:59
    Claro que sim. Basta reduzir o número de deputados e despesas públicas.

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